26 - Traição

47 13 0
                                    

- Mallya on-

  - Você perdeu o juízo?!! - Tae bateu a porta do quarto atrás de nós, vindo me pegar pelo braço.
  - Não perdi, mas não vou deixar a Alícia sofrendo por ser covarde, porquê eu não sou! Eu sou valente o bastante pra me colocar em risco se necessário pra poder salvar ela! - Me desvencilhei dele indo trocar de roupa, uma que fosse mais confortável para o tipo de serviço que eu teria que fazer. E Tae fechou a porta do guarda-roupa assim que eu a abri.
  - Tae saí da minha frente, eu não posso me demorar porquê o Jimin já já vai estar lá no jardim com o livro! - Briguei com ele e quando tentei abrir ele foi lá e a fechou de novo.
  - Você não vai encostar naquela coisa, aquele livro vai destruir você Mallya, se você sobreviver nunca mais vai ser a mesma pessoa. - Tae lamuriou me olhando com aflição nos olhos, mas eu o ignorei tentando abrir a porta de novo, e Tae a fechou.
  - Já chega Tae! Para de criancice! Eu não tenho escolha ok! Não vou deixar ela morrer! Eu não tenho sangue de barata!
  - É você pode não ter, mas já parou pra pensar que ela não faria o mesmo por você?
  - O que você quer dizer com isso Taehyung?! - Bradei nervosa e ele bateu a mão no guarda-roupa irritado.
  - Você tá se doendo por causa dela, mas ela te deixaria na mão na primeira oportunidade Mallya! Ela não tem coração que nem você, ela não se importa! Ela é uma psicopata, se a vida dela correr riscos ela vai sacrificar qualquer um para se safar! Você sabe disso tão bem quanto eu! Já viu do que a mãe do Mark é capaz e principalmente já viu do que alguém como o Mark é capaz. Ela é da mesma ladainha que a deles Mallya! Na primeira oportunidade você morre e ela te larga!
  - Mentira! Para de inventar as coisas! Ela jamais faria isso Taehyung! Ela me ama como uma irmã, jamais faria qualquer mal pra mim.
  - É, assim como você nunca fez mal a ela não é?
  - Você tem mais consciência que ela Mallya, não deixa seus sentimentos te confundirem, você não vai aguentar! Eu não posso aguentar, eu não aguentaria te perder... Ainda mais depois...
  - Tae... - Naquela hora ele tinha se entregado, aquela cara de surpresa e leve descontentamento, ele quase tinha contato aquilo que estava deixando ele angustiado. - Tae fala o que você tá me escondendo?! - Pedi, pondo seu rosto angelical nas minhas mãos, e ele acariciou minhas mãos, a tristeza tinha lhe tomado tão rápido.
  - Mallya eu, eu sinto muito... Eu...
  - Tae do que você tá falando? - Meu coração se apertou no peito.
  - Eu descobri recentemente... Eu lembrei na verdade e descobri ao mesmo tempo...
  - Tae você está me deixando confusa, fala logo, o que que é?! - Gritei com ele e ele agarrou meus pulsos com força, quase que me obrigando a não solta-lo.
  - Sua mãe, lembra que eu falei pra você que a profecia tinha fases e que o anjo puro perderia sua pureza por um mortal... Você Mallya... Eu já não era puro quando nos conhecemos. Eu me envolvi com uma mulher... Eu não sabia que tudo ia tomar essa proporção, eu.
  - Tae você e a minha mãe o que?! - Bradei e ele Esbravejou de volta a plenos pulmões.
  - Eu sou seu pai Mallya, eu transei com q sua mãe a anos atrás, eu transei com ela e engravidei ela, eu sou seu pai Mallya. E eu queria não me odiar tanto quanto me odeio agora. Eu não sinto o sentimento que deveria ter Mallya, eu, eu a desejo, eu a quero como mulher e acho que jamais poderia te amar como filha, eu te amo de outro jeito Mallya.
  As palavras mal formadas se perderam na minha garganta antes de formar uma frase, não tinha outra palavra pra descrever, eu estava perplexa. Tirei as mãos do rosto de Tae, me afastando dele como se toca-lo me queimasse. Senti uma forte vontade de vomitar, mas a força de sair correndo do quarto foi tão grande, que eu não pude resistir.
  Disparei pelo quarto a fora e pelo corredor, fugindo confusa demais para me orientar o bastante. Eu tinha que sai dali. Tinha que ir pra longe, o mais longe possível de Tae. Precisava pensar. Colocar as ideias no lugar, tentar controlar aquela fisgada dolorosa no peito que estava me rasgando por dentro, eu me senti traída, traída por outra mulher, e traída por um homem que se apegou demais a alguém que não deveria.
  A raiva sobressaltou meu peito, me agonizando, como podia ser? Pai? Meu pai? Mas minha mãe?
  Não.
  Não.
  Não.
  Me encostei na parede, tentando me apoiar em alguma coisa, os olhos já estavam embaçados com tantas lágrimas. E quando menos percebi já estava soluçando, abraçando os joelhos enquanto me encolhia e chorava no chão, amargamente.

PRISON IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora