13 - 18 Dias para o Apocalipse

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  - Já começou, o anjo... O Tae... Quanto tempo tem até a profecia se declarar concluída??
  - Ela se completa em 18 dias...

- Alícia on-

  As palavras da Mallya e do Jimin ficaram martelando na minha cabeça pelo caminho, eu estava a mais de horas caminhando instigada pelas pedras rochosas que beiravam o mar, o frio e o calor dos reinos tinham ficado para trás e tudo que sobrara era a brisa salgada do mar, libertando rajadas e respingos de água nos meus pelos.
  Correndo pela areia eu cruzei q última repartição de terras que dividia o reino de Valentin com o de Mark, e já que havia chegado, não havia mais pelo que correr, apenas andar, olhando e escutando o mar rugindo do meu lado, não foi difícil chegar até o castelo dele, mas a dor latejante que parecia rasgar meu peito ainda coçava, lá no fundo como uma pontada aguda e cruel.
  - Alícia! - Mark saiu dos portões de braços abertos, vindo na minha direção ao passar pela grande ponte de madeira e ferro, baixada logo antes da minha chegada em seus domínios.
  Quando ele me alcançou, lutei contra aquele impulso instintivo de avançar e dilacerar ossos e membros, era tão difícil controlar aquela fera que eu podia me transformar, mas pior ainda era me controlar diante de Mark. Que assim que me agarrou em seus braços me encheu de carinhos na cabeça e atrás das orelhas, onde eu me entregava, era tão gostoso!
  Antes de me transformar de volta Mark já estava me chamando pra entrar, o que deu de cara em um enorme salão vazio, composto de pisos ladrinhados em um mármore quase até o final do cômodo, e os pilares eram tão altos que eu não aguentava erguer toda cabeça para ver onde daria.
  Quando Mark me estendeu um roupão preto comprido, eu me levantei do chão desfazendo toda aquela monstruosidade em uma forma humana novamente. Não podia evitar a sensação mórbida de metal na boca, um leve gostinho de sangue enquanto voltava ao que Jung Kook tinha costume de chamar de meu normal.
  - Meu amor! - Ofeguei quando joguei o roupão em cima do ombros, conseguia sentir os dedos dos pés novamente no chão, - Senti tanto a sua falta! Foram só alguns dias, mas pareceram uma eternidade... - Mark me agarrou, mal permitindo que eu fechasse aquele roupão e eu lhe correspondia, beijando e aceitando aquela fúria sedenta que escapava da boca dele.
  Quando se afastou, Mark já me puxava pra dentro do salão, um sorriso de orelha a orelha lhe invadia e melhor ainda, aquela doce e inocente confiança. Quase não me aguentei de prazer e sorri também, um sorriso quadrado daquele mesmo que o Tae emitia quando tinha acabado de dar um soco na cara de alguém, bem largo e satisfatório, enquanto o seguia em passos calmos na sua direção.
  Acompanhando a tragetória do salão com uma roseira gigante bem no centro do espaço a nossa frente, com tantas e tantas rosas de múltiplas cores, que não parecia real.
  Eu já a tinha visto antes, mas toda vez que passava na frente dela era inevitável não lembrar da minha mãe, da Mallya e de todas as outras vítimas do Gap Dong, e ali na minha frente, segurando a minha mão estava ele, um assassino profissional e um apaixonado quase perdido.
  Mas esse caso ainda teria volta.
  Pelos meus cálculos, hoje Mark iria buscar a segunda alma das mulheres que foram assassinadas durante a caçada do Gap Dong. Isso iria causar mais um abalo nos seres da profecia, ou seja Mark, a Mallya e eu. E seria a deixa perfeita pra conseguir algo que estou a muito tempo buscando. Algo que me pertence tanto quanto pertence a Mallya, mas que será nossa chave para o sucesso.
  - Onde nós estávamos? - Enchi meus olhos de água, fazendo-a brilhar, era a melhor hora pra começar o teatro, Mark não resistia me ver com tantas emoções, e ele nem imaginava, mas eu conseguia fazer a nossa conexão ajudar a engana-lo ainda melhor.
  Enquanto ele me beijava, me pegando nos braços eu impulsionava meu corpo, pensando mais e mais em como poderia cortar sua garganta, como seria fácil matá-lo com tanta facilidade, ele confiava tanto e mim que chegava a ser patético. O amor tinha lhe cegado, e eu não lamentava nem um pouco.
  Sem que percebesse para o quarto, e já estava sem o roupão quando me sentei na cama, já tirando sua camiseta e abaixando suas calças, era estranho Mark usar roupas tão atuais sendo que era Rei de um castelo terrorismo, as duas figuras não parecia se conectar, como se Mark não pertencesse aquele mundo por causa dos seus trajes.
  A perspectiva era tão confusa as vezes.
  Puxei Mark para cima de mim, beijando seus lábios com ódio, já podia sentir a vontade de surrá-lo me invadir, só tinha que controlar os batimentos cardíacos. Não podia subir demais ou a transformação ia atrapalhar os meus planos. Era mais perigoso quando a transformação era desencadeada por raiva.
  - Ah Mark... - Gemi, sentindo a pele inteira arrepiar, aquele nojo tinha passado, o ódio crescia mais, eu podia sentir meu coração martelando dentro do peito, mas precisava me entregar, tudo tinha que parecer normal. Se não ele ia perceber, ia notar aquela parte que a um bom tempo estou tentando esconder dele. A parte que ainda não se foi, que ainda grita dentro de mim.
  - Al-lí-cia... - Mark gemeu, escorregando seu membro pra dentro de mim, e eu me perdi no prazer dele...

PRISON IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora