33 - A Velha Turma

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  Olhei mais uma vez tentando assimilar, tudo que a Mallya tinha dito.
  E então comecei a passar os olhos por cada um que estava ali na sala do Tae, desde de o próprio dono da casa, até todos os demais. G-Dragon não saia mais de perto da Mallya, assim como Huoyan que estava bem maior do que a última vez que o vi, Tae e Jimin também estavam disputando para ver quem ficava mais perto dela, e BamBam, Jaebum, Mark, Jeon e eu estávamos boquiabertos com tudo que saiu da boca dos companheiros.
  Ao que parece, pelo menos o que eu entendi, as mães voltaram, não qualquer uma das mães, mas as nossas mães, do Mark, da Mallya e... Minha, estavam as três derrubando os reinos vizinhos que ergueram guerra contra nós.
  Elas praticamente estavam botando ordem na casa, e por isso tiveram que despachar os herdeiros restantes para fora dos castelos, afinal não podem haver muitos reis num mesmo domínio, apenas o mais velho e experiente pode ficar. E como se não bastasse o choque emocional de nós descobrirmos que elas estão vivas, elas ainda expulsaram os filhos e os colegas dos filhos.
  Fora a união das velhas inimigas, a queda dos reinos posteriores aos delas foram a ruína. Fiquei imaginando o quanto aqueles dragões devia ter destruído com tanto fogo...
  - Foi isso, aconteceu tudo isso desde que você ressuscitou ou acordou do coma, seja lá como interpretem. - A Mallya completou olhando fixamente para G-Dragon, por algum motivo aquela inquietação que eu notei nela quando nos vimos logo de primeira havia se dissipado. Como se a presença do Tae tivesse aliviado suas dores, sejam ela emocionais ou físicas.
  - Tá, mas isso não justifica porquê eu tive que levar um soco na cara! - Mark revoltado ergueu a voz, mostrando que queria participar da conversa e Jeon tomou a minha frente.
  - Isso é o mínimo que você merecia seu idiota, o Jaebum devia era ter quebrado o seu nariz ao invés de ter feito esse machucadinho de nada na sua boca! - Jeon o provocou e Mark mostrou o punho pra ele.
  - Acho que quem vai quebrar quem vai eu ser na tua cara! - Ele afrontou Jeon e eu dei um pescotapa em Mark.
  - Sussega! Se tiver alguém que realmente precisa quebrar sua cara sou eu! - Retruquei e Mark ficou quieto, fazendo bico.
  - Estranho... - Jaebum olhou pra mim, até um pouco impressionado - Agora que estamos todo mundo aqui, é como se agora finalmente tivesse voltado tudo ao normal.
  - Parece mesmo. - BamBam concordou e eu fiquei em dúvida se falava alguma coisa. Afinal tínhamos passado por muita coisa, eles podiam ter vivido apenas um luto aqui fora, mas lá dentro daqueles reinos tivemos experiências traumatizantes o suficiente pra uma vida inteira.
  - É, mas nem tudo está igual. - Foi Tae quem tomou a frente, e eu estranhei sua reação. O que podia não estar igual, fora nossa mentes e corpos que tinham amadurecido mais?

- Mallya on-

  - Mally... - Escutei Tae chamando meu nome e me virei, desviando os olhos das ondas para me deparar com ele, seus cabelo estavam ainda mais cinzas, como se ele estivesse ficando velho gradativamente, mesmo que aparentasse ser tão novo.
  - Mallya eu tenho uma coisa pra te contar. - Ele veio meio ofegante, olhando para mim como se estivesse guardando a muito tempo.
  - Eu sei que você está chateada por causa da sua mãe, mas vai vê-la em breve.
  - O que? - Eu levantei o rosto, agora focando em seus olhos gateados e senti meu rosto convertendo um sorriso no meu rosto.
  - Ela me contou uma coisa, que mudou tudo o que a gente estava acreditando antes, e não só isso, ela disse que vem ficar com você, assim que as coisas acalmarem nós reinos ela vem pela floresta e vai vir até aqui te conhecer meu amor.
  Meu coração acelerou e eu enchuguei uma lágrima de felicidade que caiu na minha bochecha, minha mãe... Meu coração chegava a ficar mais macio e amanteigado de expectativa. Desde que eu olhei pra ela naquela quarto, quando ela chegou por trás de Jimin e Jeon falando que estávamos sendo atacados. Eu não sabia se me preocupava com o castelo, o povo ou em ir abraça-la.
  Até agora estava com os braços formigando onde ela havia me tocado, me pegara para abraçar com tanta força. Não tinha nem uma hora direito, mesmo que lá tenha se feito mais de um dia.
  Porquê o tempo tinha que ser tão diferente entre os mundos...
  - A outra coisa que eu tenho pra te contar... - Tae passou a língua pelo lábio inferior, e então se aproximou mais, quase tocando nossos corpos - É que antes de ir atrás de você pelo espelho, sua mãe me contou uma coisa, não somos parentes meu amor... Nunca fomos.
  - O quê? - Indaguei juntando as peças, agora que tinha voltado pra Helltown as coisas pareciam fazer mais sentido. Estava estampado a felicidade na cara do Tae.
  - Eu não sou seu pai Mallya, nunca fui. Meu sangue corre nas veias do Jaebum, ele é meu filho, o filho que tive com a sua mãe, que aliás eu nem sabia... - Tae ficou pensativo por um instante, e a ideia de tentar fazer minha cabeça assimilar que Tae era meu pai, depois não era mais, e que na verdade era pai do meu irmão me deixou um pouco nauseada.
  Aquele portal através do espelho realmente mexeu com meu estômago.
  Uma ânsia de horror e repúdio bateu forte no meu peito, só de pensar que minha mãe... E o Tae...
  Minha cabeça chegava a parecer mais pesada de cansaço. Como eu iria digerir aquilo tudo tão rápido. Estava me dando mais dor no estômago e aquela sede doentia estava voltando.
  Eu precisava de sangue, e logo.

PRISON IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora