- Mallya on-
As mãos estavam geladas quando eu senti Tae tocando minhas costas, empurrando meu corpo pra dentro do espelho contra minha vontade. E aquela sensação de saber que tinha perdido ela outra vez... Estava me matando por dentro. Eu jamais iria me perdoar pelo que estava fazendo. Mesmo que eles precisassem de mim. Eu jamais ia me perdoar.
- Alícia on-
- Mas o que realmente aconteceu? - Meu pai indagação ao telefone, enquanto eu engolia a panqueca com leite condensado, tentando memorizar o máximo possível do que ele falava pra entender o que se passava na conversa.
- Você não muda mesmo né?! - BamBam sussurrou de soslaio, me instigando e eu dei um cutucão nele.
- Não me atrapalhe, o papai está no telefone. - Comentei segurando a risada pra não cuspir panqueca em cima do Jaebum e eles tiram baixinho da minha reação.
- Sem o pés, mas sumiram assim do nada? Os pés e a garganta foi cortada, parece que alguém devia ter inimizades com ele, ninguém faz mal a uma galinha de outro morador sem ter motivo. Ache o motivo e encerre o caso. Isso foi feito por mãos humanas, posso te garantir que não tem nada de demoníaco aí.
Quando ele desligou o celular, eu o estava encarando em expectativa, mas meu pai fechou a cara seriamente.
- Nem inventa, isso foi uma rocha de vizinhos, nada pra se preocupar Alícia, pode esquecer que você não vai mais se envolver com a polícia! - Ele disse me tom de alerta - Eu já perdi a sua mãe por causa desse mundo, a investigação é um caminho sem volta filha, você viu o que aconteceu com a Mallya, então saia deste mundinho perigoso enquanto ainda há tempo.
- Mas pai! - Tentei rebater e ele bateu a mão na mesa exasperado, nunca o vi tão transtornado, pelo menos não tão rápido, os olhos chegaram a ficar verdes e felinos, demarcando o lobo de dentro.
- Já chega Alícia! Vai pro seu quarto, eu não vou perder você também!
Ele gritou furioso e eu engoli em seco, enquanto a panqueca descia pesadamente na garganta, recebi os olhares lamuriosos e sensatos de Jaebum e BamBam.
- Ok pai, mas você vai lá pelo menos? - Perguntei levantando da mesa com meu prato de panquecas, e ele assentiu.
- Mesmo não sendo mais o delegado, eu ainda faço um serviço ou outro por fora pra ajudar algum velho amigo. - Ele confirmou, e então eu corri pra escada, acatando suas ordens já pensando se a janela era muito alta pra pular do segundo andar?Quando estava mastigando a última panqueca, ou pelo menos o que sobrou dela, vi que tinha tomado uma chuva de leite condensado.
Já era hora de tomar banho pelo visto, e não era nem meio dia. Aliás já estava começando a ficar com fome pro almoço...
Levantei da cama apenas pegando uma toalha, e fui pro banheiro, liguei o chuveiro e comecei a tirar a camisa, guardei a arma perto da toalha e quando estava quase prestes a tirar a calça também vi uma pequena rachadura no espelho.
- Isso não existia da última vez que eu estava aqui... - Comentei pra mim mesma, passando o dedo sobre o trincado e vi que ele se esticou mais, trincando sozinho.
- Mas o que...?
Quando estava prestes a completar a frase vi que meu reflexo no espelho não estava igual a mim, estava sorrindo, mas eu estava séria, então como podia estar refletindo um sorriso meu?
Abri o armarinho, olhando pra ver se não tinha nada incriminatório por dentro, ou algo que estivesse forçando o vidro pro espelho quebrar e quando voltei a portinha a fechar, vi outro reflexo emitido, atrás de mim tinha uma mulher, uma menina, eu não sabia ao certo dizer, ela era igual a mim, mas estava sorrindo como se fosse um demônio, aquela não era eu, me virei depressa pegando a arma, e não vi mais nada, foi quando recebi o golpe e a arma disparou pra cima.
Quando cai no chão, outro corpo veio de impacto, junto comigo pro chão, e eu teria reconhecido aqueles olhos em qualquer lugar.
Mark.
E logo em seguida o espelho trincou mais e uma mão começou a sair de dentro dele, e depois um corpo, a Mallya, o Tae, Jimin e Jung Kook, todos eles vindo para fora do espelho, parecia até coisa do mundo absurdo da Alice no país das maravilhas.
Me levantei depressa, empurrando Mark com nojo de cima de mim. E fui recebida por Jeon que veio me abraçar correndo, enquanto a Mallya caída de joelhos no chão se inclinava pra vomitar.
Aquele banheiro tão espaçoso, de repente tinha se tornado tão pequeno.- Mas o que está acontecendo?! - Perguntei instigada levantando do chão. Disparate e a Mallya que tinha terminado de vomitar me jogou a camisa de volta.
Vesti ela, abrindo a porta do banheiro pra entrar mais ar, e quem estava lá eram Jaebum e BamBam com os olhos arregalados.
- Ouvimos tiros! Tá tudo bem Alíc... - Jaebum começou, mas parou de falar quando viu a Mallya.
O irmão correu tão rápido para o braços da irmã que quase a desequilibrou no processo.
- Mally!!! Ah Mallya!!! - Seus olhos encheram de lágrimas de felicidade e um sorriso apareceu naquele semblante que estava tão triste a poucas horas.
- Alguém pode me explicar o que é que está havendo aqui!!! - Eu disparei vestindo a roupa e BamBam que até então estava perplexo começou a recobrar o juízo.
- Mas todos vocês... A Mallya não tava morta? Mark você não devia estar na cadeia??
- É uma longa história meu velho! - Mark tomou a frente, olhando encantadoramente pra mim, que estreitei os olhos e olhei feio pra ele. - Mas vamos explicar tudo com calma, não se preocupe.
Foi quando ele acabou de falar que Jaebum virou pra ele e deu um soco em sua cara, Mark chegou a cambalear pra trás meio tonto por causa da força usada. E eu não me contive e tive que rir. Ah como ele merecia!

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PRISON III
HorrorO Fim está próximo... Mergulhadas num mar infinito de pesadelos, Mallya e Alícia vão ter que encarar uma doce cruel verdade, que nem mesmo o destino poderia ser capaz de mudar. A morte se aproxima, e agora mais do que nunca as meninas vão ter que...