20 - Ninfas e Dragões

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  - Desgraçada! - Mark bradou pondo a mão no ombro machucado, e eu parti pra cima dele prestes a enfiar a espada até o cabo em suas costelas, quando de repente eu escutei asas batendo e fui jogada longe, enquanto caiam sobre mim duas criaturas cheias de pele morta e asas de morcego, pareciam zumbis com asas e queriam de todo jeito me dilacerar com as garras pontudas. Enfiei a espada na cabeça de um, cortando seus miolos de dentro pra fora e dei uma pesada na cara do outro que no mesmo instante se afastou grasnando e foi para perto de Mark ajudá-lo a levantar do chão.
  - Renda-se! E eu serei piedoso quando dizimar um por um dos seus súditos! - Bradou Mark e eu mostrei o dedo do meio pra ele e então parti pra cima, com espada e tudo, mas a criatura foi mais rápido e ergueu Mark, o levando para longe de mim.
  Não podia ficar parada, com a ausência de Mark dois soldados inimigos vieram me derrubar.
  Fui cortando caminho, até sentir as asas escapando pelas minhas omoplatas e então eu não estava mais no chão, podia sentir meu corpo se modificando, estava mais forte. Dilacerei os soldados com as mãos, arrancando suas gargantas com os próprios dedos, e voei para os pilares onde os dragões brigavam com centenas de esqueletos.

- Alícia on-

  - Preparar! - Gritei para os arqueiros, enquanto brigava com dois soldados de Mark que tentavam me derrubar do cavalo, quando arranquei a cabeça de um, o cavalo saltou, esmagando a cabeça do outro, enquanto eu desferir mais golpes para os próximos inimigos que se aproximavam, mais a frente, fora do portão tinha mais da metade do exército de Mark, o que já tinha entrado era pouco comparado aos monstruosos soldados que tinha ficado para fora, e eram eles que tinham que ser impedidos de entrar. As crianças estavam sem defesa, todos os soldados passavam atropelando que estivesse na frente, sem contar que os inimigos estavam matando um a um - Apontar! - Gritei ordenando, tentando mais um recurso desesperado, e minhas espadas grudaram nas laterais de duas cabeças, arrancando fora miolos e gosma preta que devia ser o sangue dos esqueléticos. As crianças gritando, isso estava mexendo com a minha cabeça, eu estava perdendo o controle de novo, mas não sentia meus ossos quebrarem, sentia algo mais, um calor profundo exalando de dentro da minha alma.
  O cavalo guinchou, se erguendo sobre as patas trazeiras enquanto relinchava e eu puxei as rédeas, gritando a plenos pulmões.
  - Fogo!!!
  A chuva de flechas que se ergueu era tão vasta que se não matasse centenas, eu temia pelos milhares que entrariam.
  - Parede de escudos! já!!! - Gritei mais quando as quatro patas do animal voltaram para o chão e fui para trás dos escudos enquanto uma legião de soldados e bestas vinham na nossa direção estourando tudo que estivesse em seu caminho - Aguentem! - Ordenei sentindo o sangue gelando véia por véia, não íamos conseguir, eles eram muitos.
  Quando o impacto dos corpos dos mortos veio contra a barreira de escudos os nossos soldados começaram a pular por cima dos escudos para surpreender o inimigo por cima, inclusive eu, travando espadas uma em cima da outra, contra escudos e mortos mais vivos do que nunca. No meio de dois esqueléticos, meu cavalo relinchou de novo, agora em gritos de agonia, alguém tinha lhe ferido, e eu fui lançada contra o chão, no meio dos inimigos. Mal conseguia levantar com a orda que sobrepujava sobre mim, um atrás do outro, eu arrancava a cabeça de um e dois me agarravam tentando arrancar meu cabelos e olhos, com tanta agressividade, e eu continuava, persistindo. Havia uma força maior dentro de mim que não deixava eu desistir e nem soltar a espada, eu tinha que lutar!
  Jeon me puxou pela mão, me erguendo no que pareceu uma eternidade até conseguir firmar os pés de novo na terra firme, e mais soldados inimigos vieram, estávamos no meio deles agora, e as crianças também, espalhadas em meio ao caos.
  - Vamos! - Gritei alarmada, não conseguia explicar, mas já que tinha que ser feito, eu não deixaria pra depois a vida daquelas crianças. Arrastando Jeon, eu fui golpeando, um por um dos soldados, chutando e até mordendo o que quer que viessem na minha frente, até chegar num esquelético que estava prestes a degolar uma menininha, antes dele ter chance, eu já tinha cravado a espada no centro da sua cabeça e puxado com a lâmina e tudo seus miolos para fora.
  - Vamos!! - Insisti, catando a mão da menina e a colocando entre a formação entre mim e Jeon, e enquanto íamos prosseguindo, as demais crianças ao redor iam se agrupando com nosso chamado, e as que não podiam vir nós buscávamos com unhas e dentes, enfrentando quem fosse.

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