15 - A Máfia

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- Taehyung on-

  No palco as pernas da dançarina escorregavam pelo cano, as coxas escorregando leve e delicada, mas cheia de uma volúpia matadora, enquanto lançava aquele olhar de víbora que sabia o que fazer pra cima de mim. Tinha horas que eu não sabia porquê a turma decidia fazer as nossas reuniões aqui, era um bar meia boca de esquina tão velho que chegava a doer os ossos só com o receio do teto começar a despencar nas cabeças dos clientes.
  - Me diz que ela está bem?! - GDragon jogou o copo de uísque sobre o balcão e quando o outro veio estava cheio, aquele barman moribundo já tinha se acostumado com os costumes noturnos de bebedeira do mais novo cliente.
  Que além de fazer questão de beber a noite toda, tinha novos hábitos também, de alguma forma ficar longe da Mallya tinha mexido com ele. Algo estava fora do lugar naquela cabeça licantropica. Bem fora.
  - Olha cara, ela está melhor lá do que estava aqui, pelo menos naquele reino é ela quem manda, nem um dragão se meche sem que ela permita. Muito menos os criados. Tem horas até que acho que ela é mais temida do que respeitada.
  - E isso, levando em consideração que ela está lá e não aqui, é bom ou ruim? - Gdragon indagou e eu levantei o dedo pedindo um copo com cerveja.
  - Na verdade é bom até demais. Se cuida cara.
  Assim que o copo chegou, deixei Gdragon no balcão e me direcionei para a mesa, onde os convidados e membros da nossa equipe já ocupavam seus lugares e pediam porções de fritos com mais cerveja pro barman que acenava em corresponder o pedido.
  Coloquei o copo sobre a madeira velha e poeirenta me lembrando pela milionésima vez porquê tinha que ter largado a Mallya no meio do sono pra vir até aqui, eu estava muito melhor com ela.
  - Vamos desembuchem! - Bati os punhos na mesa olhando mais uma vez para aquela dançarina no palco, tinha algo nela que estava atraindo minha atenção, algo perspicaz.
  Voltei a atenção para a equipe, mais conhecida pela polícia como máfia, e esperei por respostas enquanto bebericava do copo.
  - Temos um problema. - Rap Monsters tomou a frente e vi seus olhos observarem atentamente o barman, até ele largar a porção de frango frito e batatinhas e sair de volta pro balcão. - A profecia tem que ser impedida, - Ele começou se alongando antes de pegar uma batata e morde-la quase incapaz de transpassar normalidade, só pelo jeito que ele estava agindo dava pra ter uma boa noção de que coisa boa que não era - Se aquelas duas conseguirem concluir tudo que está prestes a acontecer ou aquele cavaleiro terminar o trabalho do ceifeiro, todos nós vamos morrer! Você melhor do que ninguém entende isso não é Taehyung?
  - Eu sei, estou trabalhando nisso, mas não é tão fácil convencer adolescente que ainda nem estão na fase adulta de que estão erradas e que deviam voltar pra casa feito duas crianças. Não é assim que a banda toca, e do jeito que elas são é capaz de me matarem. - Repudiei tentando não olhar mais para aquela mulher e quando fui me esquivar dos pensamentos ela havia capturado mais uma vez meu olhar em sua direção, sorrindo e encenando, enquanto aquele cano de stripper parecia mais outra coisa. Foi quando eu me lembrei de onde eram aqueles cabelos negros, e todo aquele olhar ligeiro e estimulante, parecia que não, mas eu sabia que ela tinha algo.
  - Você precisa dar um jeito, no passado você conseguiu, você impediu que tudo acontecesse, o que seria diferente já que está no mesmo barco que aquela vez? Está namorando a rainha mais forte, é só casar e  matar ela nos dois mundos antes que tudo se cumpra, vai impedir tudo.
  - Shii!! - Bradei batendo o punho cerrado na mesa, a cerveja que já tinha começado a esquentar estava me enjoando - Ninguém pode saber disso, aliás vocês sabem muito bem que a Mallya é diferente, eu não posso matá-la. Se eu tocar no fio de cabelo de um, os três se ferem. E ela não é a mãe dela, aquela mulher merecia morrer e ficar congelada entre os dois mundos. O que ela fez era tão impossível que ia matar todos nós.
  - E está acontecendo de novo, toda vez que você tenta impedir, se repete, não é? - Jung Kook, que até então não tinha trocado mais que oi com ninguém tinha se pronunciado, agora com a voz embargada de amargura, como se estivesse lembrando da mãe da Mallya assim como eu lembrava - Ela era boa apenas com seus súditos... O resto de nós era apenas mais um que ela ainda não matou. - Falou com amargura e Rap Monster ia tomar a frente de novo quando Jin segurou a mão dele e pediu que continuasse.
  - Espere, - Disse olhando nos olhos do maior e então se voltou para mim com os olhos lamuriosos de preocupação - Algo tem que ser feito Taehyung, e você sabe que é sua responsabilidade impedir. Mesmo que tenha que matar a Mallya nos dois mundos. É ela ou a humanidade, você pode finalmente ter sua redenção como da última vez.
  - Ou ser trancafiado numa cela junto com a mãe do Mark outra vez, aquela bruxa te prendeu lá por tantos anos que eu achei que você tinha morrido. - Jimin interrompeu Jin e levou um tapa na nuca de JHope.
  - Não interrompe o Jin! - JHope que até então não tinha falado nada repreendeu o menor e enfiou batatas na boca dele para que ficasse quieto.
  - Mas não é só sobre isso que viemos aqui falar Tae. - Jin interveio mais uma vez - Viemos avisar também que dentro de seis dias, o que dariam dezoito dias lá no mundo de vocês do outro lado, haverá um enfrentamento, as máfias vão se reunir no ginásio da escola pra uma guerra até a morte. Eles desafiaram a gente, e vamos acatar. Não se esqueça e apareça.

PRISON IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora