PRISON III

21- O Despertar

- Mallya on-

  Os pés bateram forte no chão quando as minhas asas foram atingidas por dois morcegos zumbis, aquelas criaturas me arranharam por inteiro, e parecia que quanto mais eu batia, mais eles me rasgavam. Era uma dor muito grande sentir seus ossos e nervos se afastando dentro do seu próprio corpo, a pele rasgando por fora.
  Quando meu corpo foi pro chão a espada escapou dos meus dedos, umas das criaturas veio sobre mim, tentando rasgar meu rosto com os dentes afiados enquanto a outra estava prestes a cortar minha artéria. Foi quando a cabeça da criatura do meu lado caiu rolando com os olhos ainda abertos. Quando fui perceber como àquilo tinha acontecido, Taehyung já estava rasgando a cabeça do outro monstro com adagas e me dando a mão para levantar do chão.
  - Tae... - Foi a única coisa que consegui pronunciar antes de Tae voltar a atenção para os inimigos invasores, rasgando e dilacerando um por um. Recuperei a espada do chão, atônita com a revelação de que Tae era não apenas bom, mas um ótimo guerreiro e então fui ajudar, não fazia ideia de que ele estava aqui ajudando a salvar os ovos e os filhotes, na verdade eu não o via desde que tinha saído da cama só de calças.
  - Força Mallya, precisamos tirar esses ovos e os filhotes daqui. Não vamos aguentar muito com os dragões no chão! - Tae anunciou alarmado, me despertando do meu transe, bem a tempo de cobrir sua retaguarda de um esquelético a beira de acertar uma das grandiosas asas do anjo. Rasguei o esqueleto em dois e senti a adrenalina voltando por sangue outra vez. Era hora de sair do chão e eu já sabia como fazer isso.
  - Vou tirar os ovos daqui, me dá cobertura! - Gritei para Taehyung que estava de costas pra mim e o vi assentir, enquanto rasgava sem piedade mais dois que estavam chegando, eles vinham aos montes, e eu precisava agir rápido.
  Comecei a pegar os dragões que eram pequeno demais para voar, enchendo os braços com eles e os colocando em cima de dragões grandes e fortes o bastante pra aguentar bastante peso. E então peguei os ovos colocando-os junto com os pequenos Dragões para segurarem. E deu certo. Como se tivessem me entendido, eles agarraram seus irmãos e irmãs com as unhas forte o bastante para não correr riscos de cair nenhum.
  Fiz isso com 5 dragões, dos mais de cem que haviam e então procurei o meu dragão, que lá do telhado urrava, lançando chamas negras de destruição em cima dos inimigos aéreos.
  - Vamos sair daqui! - Gritei para Tae, subindo em cima de um dragão que não tinha filhotes e nem ovos para guardar e então puxei incentivando ele a subir, foi o estímulo preciso para todos começarem a alçar vôo. E então estávamos subindo, e Tae também estava, todos pro alto.

- Alícia on-

  - Estamos encurralados! - Gritei para Jeon, notando o óbvio, havia um cerco formado ao nosso redor, não tinha mais como resistir, mal sabia como a Mallya estava, ela tinha sumido na multidão depois que Mark a atacou, e eu não sabia mais o que fazer. Debaixo de mais um coreto do castelo, estávamos contra uma grande parede branca, todas as crianças encontradas logo atrás de nós, gritando e chorando alto, desesperadas de medo de mãos dadas enquanto dos lados e de frente vinham cada vez mais inimigos.
  Eu já estava fadigada, com dor nos braços de tanto levantar e abaixar os ombros, meus antebraços queimavam de dor, e eu podia sentir os músculos distendendo um a um.
  Mais esqueléticos vieram, três de uma vez, e do mesmo jeito que eu arrancava a cabeça de um, chutava o outro e socava mais um, e eles vinham um após o outro, as vezes ao mesmo tempo, e quanto me pegavam, prestes a cortar, eu revisada e cortava eles primeiro.
  Foi quando em meio a mais um esquelético que vinha, e eu já estava com aquela sensação de pânico, achando que aquilo não ia acabar nunca, eu vi.
  Mark estava vindo na minha direção, voltando com seu exército, ele queria um confronto, estava na cara que o que começou no meu quarto iria terminar aqui fora. E eu estava prestes a começar a gritar que desistia. Não tinha mais forças, meu corpo estava doendo, eu tinha sofrido dois cortes de espada, levado um soco na cara que tinha arranhado meu rosto, fora a perna que estava cheia de sangue. Eu não ia ter forças pra combater um por um, estava ficando sobrecarregada. Íamos perder.
  Eu podia sentir o suor frio escorrendo pela testa, lentamente enquanto Mark vinha pesadamente ao nosso encontro. Ele ia matar uma por uma daquelas crianças meu Deus!
  Senti meu corpo ficar mais quente, por um instante enquanto esfaqueada um esquelético e chutava outro, achei que estava prestes a me transformar, quando de repente aconteceu o contrário. Quando eu enfiei a espada no crânio de um morcego esqueleto senti todo meu corpo lançar energia, na mesma hora minhas forças pareciam ter voltado, e aquele inimigo explodir ossos e tripas diante dos meus olhos. Ele explodiu, como se tivesse uma bomba. Ele simplesmente explodiu. Agora eu não sabia explicar se era a espada ou se fui eu quem tinha feito aquilo.
  Da mesma forma, eu senti algo escapar tão naturalmente das minhas costas, e do jeito que saiu pra fora das minhas omoplatas meus pés foram tirados do chão e do jeito que eu fui erguida, asas douradas enormes se ergueram das minhas costas como se estivessem em chamas, batendo uma na outra para me erguer, e como se fossem palmas elas bateram diante de mim e lançaram em chamas todos os esqueléticos que estavam vindo em levóas, eles se desintegraram como se fosse nada e caíram no chão em grãos de cinzas. Mais uma vez, as asas bateram e todos que vinham em seguida começaram a gritar, queimando e explodindo como se não passassem de areia, se desintegrando em pó e cinzas no chão. Um calor reconfortante fez meu coração bater tão forte, que por um momento achei que sairia pela minha boca.
  Tinha sido eu quem fiz aquilo! Com certeza fui eu!