Dia difícil...

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POV Marco

Chego a minha casa, suspiro aliviado de finalmente estar aqui, olho ao lado em direção a cozinha e vejo minha louça suja e ela não vai se lavar sozinha, também não tenho empregada para lavar.

Esqueci de comprar luvas, e estou lavando há pelo menos quinze minutos, meus dedos estão começando a ficar mais sensíveis e a pele mais fina, e minha cabeça também não está legal. Estou lavando um copo quando, me vem uma sensação ruim, é horrível, é como alguma coisa em mim tivesse sendo arrancada, eu não consigo descrever ao certo, só que é algo muito ruim. Acabo sem querer soltando o copo, caí e se estilhaça no chão causando um ruído desagradável.

— Mas que porra! — Bufo de raiva, pego uma pá debaixo da pia e começo a juntar os cacos de vidro.

— Não tenho um minuto de paz nem no meu apartamento, se lascar hein! — Bufo de raiva, ao menos não me cortei.

Primeira coisa que faço para relaxar é tomar um banho morno, a água batendo contra meu corpo, como poderia ficar horas aqui, isso é tão bom... Sinto o vento entrar pela janela, é um vento congelante.

Saio do banho e sinto o cheiro leve de meu shampoo e sabonete, minha pele está tão macia que pareço um bebê. Observo meu corpo no espelho. Meus lisos cabelos loiros, meus olhos verdes bolinhas de gude e minha pele clara como creme e o meu cheiro doce e agradável de minha pele. Só não namoro comigo porque sei que sou eu.

Estou tão exausto que sinto meus olhos pesarem ao ponto de não ficar totalmente consciente, vejo no relógio que são quase meia noite.

Finalmente chego onde meu corpo estava implorando o dia todo, minha cama. Deito e me acomodo no travesseiro, em pouco instantes durmo, um sono bem profundo. Tão bom...

Acordo e sinto um vento gelado invadir meu quarto e minha cama está tão confortável que não quero sair daqui nunca, a brisa gelada vem de encontro ao meu rosto, fazendo-o tremer. Minha maior vontade agora é capotar como se não houvesse amanhã, mas como dizia Müller tenho contas a pagar, mas só o levantar da cama já foi difícil.

Faço meu café e me arrumo para ir trabalhar, levo mais um café na viagem, só por precaução, não quero correr o risco de dormir no trabalho.

O trânsito não ajuda e o povo daqui parece que dirige com uma venda nos olhos, acabo me atrasando um pouco.

Estaciono o carro em frente a delegacia. Sinto uma ventania forte ao sair do carro, bagunçando meus cabelos. Tomo meu café logo antes de entrar na delegacia, aquele mico não pago mais. Se bem que gostei de ver ele limpando a minha camiseta borrada de café.

Há um pressentimento ruim, sinto até um calafrio, deve ser o vento. Entro na delegacia e vejo meu chefe e alguns funcionários perto dele, entre eles Robert, o mesmo ao perceber minha presença se aproxima.

— Explique para ele, Robert, estarei muito ocupado hoje.— Meu chefe direciona a palavra a Robert, coisa boa daí não vem. O que será que ele está falando? Será que já vou tomar bronca por chegar só um pouquinho mais tarde? Foram só alguns minutinhos atrasados. Meu chefe se retira da sala juntos com os demais, me deixando a sós com Robert. Ele me fita com os seus olhos azuis, lindos mas imponentes. Tenho medo do que ele tenha a dizer.

— O que está acontecendo, senhor? — Pergunto confuso diante da situação

— O transito não me ajudou nada essa manhã por isso eu.. — Sou interrompido.

— Marco...— Ele faz um breve silêncio e de uma cara séria da qual não gosto nenhum pouco, minhas mãos suam e meus olhos arregalarem. —Müller; morreu.—

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora