Close Your Eyes

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Marco Reus 

Já se passam da meia noite, talvez até mais... A luz suave do quarto se infiltra através das cortinas e revelar a natureza complexa do momento.

O silêncio é interrompido apenas pelo respirar entrelaçado entre nós... Sinto um pequeno arrepio me percorrer na pele toda vez que sinto os dedos do polonês esbarrarem acidentalmente em meu rosto.

O tempo pareceu dilatar, as palavras se tornaram dispensáveis... Fecho os olhos, minutos se passam, quando estou prestes a cair no sono, sinto o polonês se afastar e se levantar da cama.

— Lewy? O que foi? — Minha voz sai rouca por conta do cansaço físico, meus olhos ardem ao se abrirem.

— Pensei que estava dormindo, Marco... Bem, não queria te acordar, pode se deitar tranquilamente aí na cama, só vou até o banheiro... — Observo-o vestir a cueca e sair do quarto dando curtos passos em direção a porta.

Faço um esforço para me levantar da cama; me visto com algumas roupas que estavam na gaveta; a última vez em que o polaco me pediu para dormir as coisas não acabaram tão bem assim.

Pego uma garrafa d'água do frigobar e caminho em direção ao banheiro. Me deparo com o polonês lavando o rosto com água corrente em frente ao espelho e fechando a torneira em seguida.

— Falei para você me esperar na cama. Por que é tão teimoso? — Me observa através do reflexo do espelho.

— Eu sei, eu sei... Só quis ter certeza de que está tudo certo, está com sede? — Ofereço a garrafa d'água, o polonês não hesita em pegá-la e tomar quase tudo em apenas um gole.

— Está se sentindo melhor?

— Era disso que eu estava precisando... — Abre um leve sorriso no canto do rosto, se aproxima lentamente a curtos passos, me segura pela nuca antes de me dar um beijo.

— Às vezes acho engraçado perceber o quão rápido a gente se tornou próximo um do outro. — Sorrio bobo, antes de começar a abraçá-lo confortavelmente, mas consigo perceber que seu rosto está mais quente do que o normal.

— Robert, seu rosto... Está com febre!?

— Não é nada que precisa se preocupar, Marco... Sabe como o álcool funciona. — Ele se apoia com uma das mãos na pia, suspirando em desconforto.

— Tem uma farmácia ainda aberta perto daqui, se precisar de algum remédio... — Sou interrompido bruscamente pelo polonês.

— Esquece, não estou em condição de ingerir remédio algum... Está muito tarde, e pode me chamar de Bobek.

— Okay, Bobek? — Não entendo ao certo a que ponto quer chegar, mas deve ser efeito do álcool em seu sangue afinal.

Em meio ao momento, vejo um forte clarão surgir pela janela e é acompanhado de um som estrondoso de um trovão.

Um forte clarão surge pela janela e é acompanhado de um som estrondoso de um trovão.

— Está chovendo e está tarde... Vamos dormir. — Sinto o polonês me envolver entre seus braços e me guiar de volta em direção ao quarto.

— Beleza... Vamos dormir. — Sinto o polonês me envolver em seus braços, em seguida me guia em direção ao quarto.

Me deito na cama, apoiando a cabeça sobre um dos travesseiros, Robert está um pouco mais à minha direita na cama.

— Sabe? Quando eu era garoto, meu pai costumava dizer que as noites mais escuras sempre têm as estrelas mais brilhantes, toda vez que ele me colocava para dormir. — Suspira profundo, escuto o som da chuva caindo sobre os telhados.

— Parece que seu pai tinha razão, mas aonde quer chegar?

— Feche seus olhos; teremos o dia inteiro para passarmos juntos... — Ele ajeita sua cabeça no travesseiro e se põe para dormir.

Embora alguns de meus pensamentos ainda me percorrem pela mente sob a penumbra do quarto, o constante som das águas caindo ao redor me fazem voltar a sentir o peso em meus olhos e acabar caindo em um sono.

Apesar disso, há uma sensação estranha de algo não está como deveria... 

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora