Verdadeiras Intenções

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Pov Marco.

Sinto a água gelada do chuveiro batendo em meu corpo, fico muitos minutos sob aquela água gelada. Hoje aquele polonês escapou de mim, não vai acontecer de novo...

Ao sair do banho me visto com uma roupa confortável. Procuro saber mais sobre esse tal Milik, o chefe da organização. Pegar ele iria fragiliza-la bastante, mas agora me sinto exausto, solto um bocejo e vou me deitar na cama, por fim me acomodando em um travesseiro.

A imagem de Robert, não sai da minha cabeça, por quê? Lembrar de seu rosto sorrindo faz o meu peito se aquecer. Quando fui informado que teria um novo superior, não imaginava que seria alguém como ele...

Mas parece que tem algo me intriga e cresce cada vez mais... Ás vezes ele age estranho, desaparece e reaparece do nada, fora uma esquisita necessidade de atender o celular.

Hm... Deve ser só uma mania bem incomum dele...

De qualquer forma, isso não vem ao caso, só bem que ele me faz, me confortando em seus braços, sentindo todo o seu carinho e afeto. Me deixa sem reação alguma.

É Marco Reus, você está gamado... Ou apaixonado em outras palavras.

Fecho meus olhos, esperando cair no sono.

Pov Milik

— Eu ouvi direito? — Digo não acreditando no que Robert acaba de dizer. Ele só pode estar brincando com a minha cara.

— Você quer atrair um agente da polícia? Isso é arriscado demais Robert, sabe disso tanto quanto eu.

— Eu mesmo cuido disso, não precisa se preocupar Milik.

Ele fala de um jeito como se fosse algo simples de se fazer.

— Tá bebendo uísque demais, Lewy. Se fizer isso todo o seu disfarce estaria indo por água abaixo, além de expor a nós dois!

— Ninguém naquela delegacia vai saber, além disso, não preciso mais ir lá. Já tenho as informações que precisava. A polícia daqui não é mais algo preocupante.

Suspiro. Pelo visto não tem jeito mesmo, teimoso e cabeça dura...

—Tá, tudo bem então. Eu topo.

— Boa noite, Milik.

— Boa noite, Lewy.

Ele desliga o telefone. Por isso que tinha notado que ele estava andando mais alegre e sereno... O motivo dessa felicidade o trabalho não era.

Também não vou ficar pensando nisso. Compro uma lasanha de quatro queijos e aproveito a noite.

Pov Robert

A noite neste país é quente, aliás quase o tempo todo é quente. Entro na banheira enquanto cheiro um pouco da droga que tenho para uso pessoal, muito boa por sinal.

Piatek me disse que hoje foi um ótimo dia para o comércio, e que o lucro só aumenta. Falou-me também do agente que foi atirar nele, só que a arma estava sem munição alguma, o mesmo daquele dia na floresta. Devia me agradecer por isso, porque se não, passaria a noite numa celinha dois por dois, mas prefiro não contar isso a ele.

Estico todo o meu corpo nessa banheira, sentindo a água gelada em minha pele. Nada como relaxar numa banheira em uma noite como essa. Ainda sim, sinto que algo está faltando... É aquele loirinho, sentir o cheiro adocicado de sua pele, e a maciez da mesma. Só de pensar nessa sensação sinto meu corpo todo arrepiar.

Ah loiro, o que eu faria para ter você aqui comigo, todo para mim. O que está acontecendo? Eu não posso pensar nele, e já estou me apegando demais, tenho que me livrar disso.

(...)

Chegou a hora. Entro na sala, Marco está sentando na cadeira tomando um café.

— Marco! — Chamo sua atenção.

— Sim, precisa de alguma coisa Lewy? — Ele me fita preocupado.

— Acabei de receber um endereço de onde, o chefe da organização polonesa foi visto.

Saco o celular e mostro uma imagem de Milik, no local.

— É ele tenho certeza! Milik.

Ele pega as chaves da viatura.

— Tenho que avisar o chefe, sobre isso.

Pego no seu braço o parando. Ele me fita confuso.

— Não, a organização devem ter gente em qualquer local, é muito perigoso alertar alguém.

— Tem razão, é melhor não correr o risco.

— Então é melhor irmos em meu carro! — Pega as chaves de bolso e saí apressado.

O acompanho e entro no banco do passageiro.

Saca a arma e verifica se está com munição.

— O que está fazendo?

— Verificando se está carregada. Esse desgraçado não vai fugir de mim!

Ele entra no carro e dá partida quase instantaneamente, esse não quer perder tempo.

Em menos de dez minutos chegamos ao local. Estaciona alguns metros antes, e saí do carro com a arma na mão. Faço o mesmo. Cauteloso analisa os arredores, verificando se há alguma emboscada.

— Limpo! Vamos. — Chega de frente à porta, dá um chute a abrindo-a.

Milik está sentado no sofá tomando um suco.

— Parado! Você está preso! — Marco grita e aponta a arma a Milik.

— Bom dia, aceita um suco? É de laranja, está delicioso. — Abre um sorriso, e mostra o copo com suco.

— Mãos ao alto!

— Poxa, e eu aqui tentando bater um papo.

— Eu disse, mãos ao alto! — Esbraveja.

Milik ergue os braços para cima.

— Calminha aí, moço. Eu não vou fazer com você. Ele vai.— Milik me fita.

Marco fica confuso. Avanço imediatamente, o jogando contra a parede. Desfiro socos contra ele, o fazendo perder equilíbrio, ele tenta mirar a arma em mim, mas dou um soco em sua mão o fazendo largar e gemer de dor.

Por fim prendo seu pescoço com minha mão o fazendo perder ar, ele tenta me empurrar e dar socos em mim, mas é em vão. Seu rosto começa a ficar vermelho.

— Pensei... Que... Você era... Diferente... — Fala com a voz falhando e logo desmaia. O Solto, ele acaba caindo no chão sem forças.

Pego a arma e aponto para Marco. Ele está caído no chão, incapacitado. Em minha cabeça passa todos os momentos que em que estava com ele, o abraçando e o vendo sorrir. Eu não consigo, ele não merece isso... Eu não consigo fazer isso.

— Isso foi um espetáculo! — Ouço Milik falar, mas continuo com os olhos no loiro.

— Pode sair Milik. Me deixe sozinho com o loiro.

— Como queira Lewy. — Estranha, mas obedece.

Pego o loiro em meus braços. Acabo de ter noção de que fiz. Exagerei muito.

— Marco... 

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora