Uma partida sob o Sol

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Marco Reus

O Sol já brilhava intensamente quando eu e o polonês adentramos o amplo espaço verde esportivo do clube.

Os ares estão límpidos e com uma intensa tonalidade azul vívida, quando criança, costumava chamar isso de "sinal de que o dia será feliz", não é por nada que o calor está beirando os trinta graus celsius.

Estou vestido com roupas leves, majoritariamente claras, além de um boné também branco.

A última vez em que vim aqui foi há três ou quatro anos, havia sido contratado para cortar grama, eu acho.

— Como está a sua mão?

— Bem, está sarando.

Apesar do incômodo ainda presente, a dor havia diminuído consideravelmente após o tratamento que ele me proporcionou. 

— Para onde vamos agora?

— Ali. — Aponta para uma das quadras vazias específicas para tênis.

Ao longo do caminho, observo as áreas ao redor, pessoas praticam esportes, outras passeiam pelas calçadas de concreto próximo às gramas ao redor.

Quando finalmente chegamos à quadra de tênis, parei por um momento para admirar o cenário diante de mim. O piso impecavelmente cuidado, as linhas brancas perfeitamente traçadas e a rede esticada no centro da quadra. As cercas metálicas dão uma sensação de isolamento e foco ao espaço interno. Era como se fosse um convite para a competição, para testar as habilidades nesse esporte desafiador.

Seguro minha raquete nas mãos, na verdade é do Robert, mas ele a me emprestou para que eu pudesse praticar tênis. A textura do cabo é macia, leve e firme, o que me faz pensar que tem propriedades de fibra de carbono.

Retiro o boné branco por um tempo, deixando meus cabelos embaraçados à leve brisa presente.

— Está pronto, Reus?

Com a bolinha de tênis verde em mãos, o polonês a arremessa ao ar e a agarra de volta sem esforço.

— Quando você disser. — Fico posicionado ao lado oposto da quadra, atrás da rede.

Tenho pouca experiência nesse esporte, mas tenho dúvidas que deva ser algo difícil de jogar. Não nego que sinto um pouco de nervosismo...

Robert arremessa em minha direção a bola de tênis. Acerto-a com a raquete, rebatendo-a e causando certo estralo na quadra.

Abro um sorriso, contente pela primeira jogada bem-sucedida. O polonês a rebate com a raquete, tento devolver a jogada, mas bato desajeitado e imprecisamente com a raquete, atingindo a rede e caindo no meu lado da quadra.

— Droga!

— Relaxa, vamos recomeçar. — Me agacho e cato a bolinha verde do chão e a jogo de volta para as mãos do polaco.

Voltamos a jogarmos, para a minha amargura, parece que foi uma falsa impressão que o primeiro rebate me causou... Tento repetidas vezes, mas não consigo realizar nenhum rebate satisfatório contra os saques do outro.

A frustração me sobe à cabeça a cada falha, aperto firme minhas mãos contra o cabo da raquete, escutar o polonês ri de forma descontraída não me ajuda.

— Não tem segredo, só fazer igual a da primeira vez.

Assinto, em seguida a bola é arremessada. Dou meio passo para trás, focado, consigo rebatê-la com firmeza. A bola de tênis ricocheteia na rede, retorna e acerta meu nariz.

— Merda! — Exclamo ao sentir a ardência se espalhar na região do nariz. Em um misto de frustração e desconforto, viro-me de costas para o polonês.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora