Noticiário

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POV Marco Reus

Em determinado momento começo a escutar uma ventania se formando ao lado de fora, as nuvens se carregam lentamente e o tempo gradativamente começa a se fechar... Não deve demorar muito para uma chuva começar a cair.

Meus braços e mãos estão abraçados a Robert enquanto tenho minha cabeça aconchegada em seu ombro. Gosto tanto de tê-lo por perto, é como se fosse um remédio para minha amargura...

Noto que o polaco está em silêncio, a única coisa que consigo ouvir dele é a sua respiração tranquila próxima de meu ouvido.

Esse nosso simples e aconchegante abraço me acalenta intimamente sem dizer uma única palavra sequer. Seus braços estão ao redor de meu pescoço e costas me puxando para mais próximo de si.

Respiro fundo e solto o ar pela boca, afundo ainda mais minha face em seu ombro e fecho meus olhos.

Talvez não seja apenas o abraço, há algo mais... Talvez sejam os sentimentos envolvidos nesse relacionamento... Ou talvez seja a ausência desse afeto em minha adolescência. Minha única certeza é de que há amor envolvido.

Abro os olhos quando sinto Robert se desvencilhar do abraço, me pondo de frente para si.

Pego a garrafa ao seu lado e dou um gole para matar minha sede e logo a entrego a ele.

— Gostaria de contar finalmente como é que foi que o loirinho aqui acabou se molhando numa fonte?

Passo a mão no rosto antes de fita-lo de volta, percebo como seu olhar está analítico.

— É importante para você saber disso?

— Não, mas quero saber mesmo assim.

— Precisa ser agora? Não pode ser depois que comermos? Estou com fome. — Vejo-o dar um último gole em sua garrafa antes de arremessa-la ao lixo.

— O que você acha, loiro? — Me encara com indiferença.

— Está bem, basicamente, tinha um bandido que a polícia ainda não tinha conseguido capturar e fomos alertados que esse foi avistado perto do centro.

— E você foi escolhido para ir atrás dele? — Afirmo com um gesto com a cabeça.

— Acabou acontecendo uma perseguição intensa na praça, acredito que fiquei uns dois ou três minutos correndo sem parar. — O polaco abre um meio sorriso ao ouvir este último detalhe.

— Então para ele não escapar pelas ruas, eu meio que dei uma investida nele arremessando-o numa fonte o que acabou respingando em mim, mas felizmente o peguei... Nunca aconteceu algo parecido comigo antes.

— A essas horas queria eu ainda ser o seu "parceiro de polícia", deve ter sido até divertido essa perseguição toda.

Dou uma revirada com os olhos e fico pensativo ao ouvir isso, me remete as lembranças de logo quando o conheci, quando ele era meu, colega? No fim era tudo uma... mentira? Não, se fosse não estaríamos juntos agora.

Sinto sua mão pegar em meu queixo e vira-lo até sua face.

— Meus parabéns, Marco, você sem ajuda de ninguém conseguiu pegar esse bandido, mais uma vez se provando bom no que faz. — Abro um sorriso um pouco tímido.

— Obrigado... Só estou fazendo o meu trabalho e lembro de uma vez você me falar na viatura que eu era competente.

— O que eu posso dizer? Sou um homem sincero. — Abre um sorriso convencido.

Sorrio em sinal de agradecimento.

— Alguém filmou você?

— Hmmm... Me lembro de ter visto algumas pessoas filmando, só que não deve dar em nada.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora