Te Vejo, te Sinto, eu quero você

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Pov Robert

O vento gelado do ar condicionado esfria todo o interior do carro, deixando um clima agradável, em contraste com o calor quase insuportável de lá fora.

Me pergunto até agora, como alguém consegue viver tranquilamente num lugarzinho desses com uma temperatura que parece ser o próprio inferno na Terra? Prefiro mil vezes a Polônia, neves caindo do céu e uma deliciosa brisa fria... Consigo me arrepiar só de lembrar... Ah Polônia...

Não converso muito com Marco durante o percurso, percebo que ele também não parece quer conversar muito... Apenas me guia para a localidade de seu apartamento.

Apesar de eu não querer demonstrar muito, estou muito feliz.

Embora ele querer recusar o acordo de inicio, no fim acabou por aceitar e fez tudo de boa vontade, diria que foi até mais fácil do que eu imaginei que seria. Sei que também se deve a ele sentir algo por mim.

Em mais alguns minutos chegamos em frente ao apartamento de Marco.

Ele sai do carro e retira do bolso algumas chaves e as insere na maçaneta e por fim as gira.

Me deparo com um apartamento pequeno, nada de especial, bem simples, ao menos é organizado. Considerando que ele teve que custear isso sozinho sem ajuda de ninguém, não é nem um pouco ruim.

Marco me pede para eu ajuda-lo a guardar o que precisa nas caixas, o ajudo, não são muitas coisas... Em determinado momento ele avisa que precisa ir ao banheiro, só faço um gesto com o polegar para cima.

A maioria dos bens guardados são objetos pessoais que devem ter algum valor sentimental, a maior parte deles são antigos.

Algo numa pequena prateleira me chama a atenção, me aproximo e pego o pequeno objeto em minhas mãos, parece ser um álbum de fotos antigo, vamos ver um pouco sobre o passado do loiro...

Ao abri-lo me deparo com várias fotografias de Marco antigas, quando criança e algumas como um bebê ainda... Meu peito se aquece ao ver ele, adorável e inocente, não muito diferente de agora embora.

Marco aparece como um menino sorrindo para a foto com seus cabelos loirinhos e finos, parecendo um anjinho, pela foto devia ter entre cinco ou seis anos.

Em uma das fotos aparece ele, uma mulher de rosto meigo, e um homem, o qual tem um físico semelhante ao de Marco, deve ser o pai.

Percebo o loiro surgir atrás de mim, e com o rosto ficando cada vez mais corado. Talvez por medo de eu tiver visto ele peladinho quando era um bebê.

— Mas, o que está... Me dá isso, Robert.— Retira o álbum de fotos de minha mão e o guarda em uma das caixas.

— Você agora lembra bastante seu pai, por um momento achei que era você, loiro. — Brinco.

Ele me responde fazendo uma cara sem graça e com desanimo por um momento. Não intencionalmente, acabei tocando numa ferida que ainda não cicatrizou.

— Só estou brincando, Marco. Não precisa levar a sério. — Toco no seu ombro.

— Eu sei, eu sei... Deixa. Está quente não é?

— Todos os dias aqui são quentes.

— Só um segundo. — Saí indo em direção a geladeira, e quando a abre pega duas latinhas de refrigerante, pelo ar que é emanado por delas, estão bem geladas.

— Aceita um refrigerante? — Olho para suas mãos carregando a bebida. — Ah, não se preocupe já lavei as mãos.— Abre um breve sorriso descontraído.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora