Spade

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Marco Reus

Assim que acabo de sair do estacionamento, adentro direto no corredor principal da delegacia.

Solto um suspiro fundo... Me sinto um pouco exausto, mas estou satisfeito de ter conseguido cumprir o meu trabalho.

Em meio ao corredor, começo a sentir a dor latejante vinda da minha mão se intensificar, chegando ao ponto de ficar insuportável.

Volto meu olhar para o curativo improvisado... De cara, me deparo com uma grande mancha de sangue infiltrando o tecido do curativo, vejo até algumas gotas de sangue respingando no piso.

Droga, está ardendo muito! Fecho os olhos em uma expressão de dor. Sinto meu braço começar a fraquejar com o passar dos segundos.

Sem pensar duas vezes, começo a caminhar o mais rápido possível em direção a enfermaria.

(...)

Após ser medicado com analgésicos, a enfermeira fecha o corte em minha mão sem muitas dificuldades enquanto estou deitado na cama hospitalar com a mão estendida.

A notícia ruim é que ganhei quatro pontos na palma lesionada. Nem sequer me lembro da última vez que cheguei a me machucar ao ponto ter que ganhar pontos.

— Hum... Quanto tempo vai levar para a ferida sarar por completo, enfermeira? — Murmuro com a cabeça apoiada no travesseiro. — Até retirar os pontos, eu me refiro.

— No seu caso não deve demorar muito... — Continuando os cuidados com minha mão, a profissional da saúde usa um esparadrapo para fechar a região lesionada.

— Não muito quanto, exatamente? — Felizmente, ainda sou capaz de movimentar meus dedos livremente.

— Cerca de dez dias.

— Dez dias!? Como assim?

Arregalo meus olhos em espanto por um momento, não posso ficar tanto tempo com uma mão enfaixada.

— Você tem corte de seis centímetros, quanto tempo achou que levaria? Foi esperto de fazer um curativo improvisado, caso contrário poderia ter sido bem pior.

Respiro fundo e pesado, reviro minha cabeça no travesseiro hospitalar.

— Se preferir pode requisitar um atestado médico por alguns dias.

Penso por alguns segundo sobre essa ideia.

— Vou conversar com Bastian para o que fica melhor, mas obrigado pela sugestão.

Aceitaria sem problemas um breve afastamento por alguns dias do trabalho, mas não me sinto confortável em causar preocupação desnecessária no Robert por um corte na mão.

Aguardo entediado, esperando o tempo passar até ser liberado da clínica.

Sempre tive a impressão de que tempos ruins demoram e que tempos bons passam mais rápido.

(...)

Quando sou liberado, já estou em meu horário de almoço. Caminho até refeitório, onde procuro algo para comer.

Quase não sinto fome agora, talvez por ainda estar parcialmente sob efeitos de medicação, mas é melhor comer algo do que passar a tarde inteira com o estômago vazio.

O movimento aqui está baixo, a maioria dos agentes costumam sair durante o horário de almoço.

Compro um sanduíche de frango e um isotônico.

Me sento sozinho em uma das mesas.

Tento focar minha mente em aproveitar o lanche, deixando de lado os outros assuntos que passam por minha cabeça.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora