Next To Me

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POV Marco Reus

Sinto ainda os efeitos do cansaço causado do embate mais cedo, vagarosamente caminho em direção ao banheiro.

Minha cabeça começou a latejar pelo estresse e meus ouvidos estão sensíveis devido aos incontáveis disparos.

Não que como agente da polícia eu nunca tenha passado por situações intensas, mas aquilo foi indescritível.

Preciso lavar meu rosto.

Abro a porta e adentro o pequeno ambiente fechado...

Dirijo-me a pia, abro a torneira e ponho uma das mãos debaixo d'água, é uma água de corrente intensa e gelada.

O momento de poucos minutos atrás não sai de minha cabeça.

Não sei o real motivo de eu ter dito aquilo para Robert.

Senti um leve formigamento na barriga, estava nervoso, só... Só fui o mais sincero que podia e nisso, acabei praticamente me declarando para o polonês, só que com outras palavras... E por algum motivo isso me alegra.

Esfrego meus dedos com um sabonete líquido, respiro profundamente e finalmente tomo coragem de olhar diretamente para meu reflexo no espelho.

Fecho os olhos, ergo a cabeça e finalmente reabro meus olhos.

De repente fico atormentado com o que vejo no meu reflexo.

Meus fios loiros estão bagunçados, estou com a cara levemente manchada pela fumaça da granada, mas isso é o de menos.

Vejo sangue seco respingado espalhado por meu rosto, me deixando de boquiaberta.

Toco minha bochecha com os dedos da mão, como ainda estão úmidos, acabo sujando-os com o sangue, o qual não é meu.

Questiono a mim mesmo enquanto escuto a água da torneira cair sem parar.

Não sei descrever a confusão que está passando em mim...

Tento piscar meus olhos, ainda encarando a imagem de mim no espelho...

Eu... Eu matei?

Sou um assassino?

Olho de volta para a mão próxima de meu rosto, consigo ver o sangue na ponta dos dedos.

O que está acontecendo comigo?

Meus pensamentos se voltam até lembranças trágicas enraizadas dentro mim.

Memórias que desde então tentei não revela-las.

Embora isso pode significar que...

Não... Eu não sou como ele... EU NÃO SOU!

Coloco as mãos em minha face e balanço negativamente a cabeça.

Começo a chorar, mas sem fazer típico barulho de choro para evitar chamar atenção dos outros no outro cômodo.

Aproximo meu rosto da torneira e o lavo, com as mãos levo a fria água a minha face e a esfrego com os dedos, enxaguo-o como se não houvesse amanhã...

Não por quanto tempo passei lavando a cara, o tempo parece ter congelado...

Isso não importa.

Pego um papel toalha e me seco da água em meu rosto e o que restou das lágrimas.

Meu semblante está um pouco pálido e abalado, mas estou bem, eu acho...

Arrumo o cabelo com os dedos e finalmente volto ao cômodo onde está Robert e Milik.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora