The Last Stand

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Marco Reus

Deixo Robert no carro jogando alguns jogos em meu celular, já que não faço a ideia da senha do seu para destravá-lo. Só por precaução, deixo seu celular comigo no bolso.

Me sento em uma das cadeiras próximas ao balcão e faço o meu pedido; um sorvete de chocolate meio amargo para o polonês e um simples de baunilha para mim.

É dito que essa sorveteria é um local renomado da cidade, os sorvetes são preparados artesanalmente com ingredientes impecáveis. Sorrio ao pensar que conseguirá agradar ao paladar exigente do polonês.

À medida em que aguardo pelo pedido, sinto um leve aperto me corroer internamente, é como se houvesse um mau presságio que insiste em pairar sobre mim...

Sou desperto de meus pensamentos ao sentir o celular vibrar dentro do meu bolso, retiro-o e atendo a ligação, sem prestar muita atenção ao nome.

— Estava esperando até quando para responder minhas mensagens? E por que não atendeu mais cedo?

Sabia que era questão de tempo até ele entrar em contato comigo...

De imediato, reconheço a voz de Milik, o braço direito de Robert na organização. A minha relação com ele sempre foi marcada por uma neutralidade tensa, acho que ele continua chateado por eu tentar prendê-lo naquele dia.

— Milik, aqui é o Marco.

— Ah, Marco Reus... Quero falar com Robert, onde está ele?

— Ele está no carro. — Respondo cauteloso das intenções desse polonês.

— Ótimo, passa o celular para ele.

— Há um problema...

Há um breve silêncio, de segundos que parecem durar uma eternidade, antes de Milik responder.

— Um problema, é? Pode começar me explicando por que está com o celular dele?

— Acontece que... Ontem à noite na festa, ele deve ter ingeriu álcool talvez junto com alguma outra coisa, ele não está totalmente sob si. Ele agiu feito uma criança de sete anos a manhã inteira.

— Me poupe da sua ladainha, Marco! Vá direto ao ponto, responda o que Robert tomou e o que você andou aprontando com ele. — Engulo seco.

— Escuta, não fiquei com Robert ao lado a noite toda, ele bebeu álcool, talvez junto com alguma coisa, mas não sei o que foi.

— E ele está assim desde quando?

— Desde que acordou. — Admito, esperando que ele entenda a gravidade da situação.

— Nem para ser a porra do amante dele... — Suspira profundamente do outro lado da linha. — Muito bem, traga Robert ao parque "Bom Futuro", estarei lá em trinta minutos.

— Saiba que é melhor que esteja contando a verdade, não tolero armadilhas ou qualquer que seja a sua segunda intenção com Robert.

— Relaxa, Milik, isso não tem nada... — A ligação é encerrada abruptamente, deixando-me com um nó na garganta. Polonês estúpido...

— Será que Robert não consegue escolher melhor os seus compatriotas para colocá-los a disposição? A ficha que tinha de Milik dizia que é viciado em energéticos e estimulantes.

Assim que guardo o celular no bolso, uma atende me retorna com os dois sorvetes artesanais do meu pedido.

Adentro no carro, deslizo para o banco do motorista, Robert inicialmente absorto nos jogos de celular, ergue os olhos em minha direção.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora