Lágrimas

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POV Marco

Acabo acordando no meio da noite sentindo minha garganta implorar por água. Ainda estou abraçado aos braços do polonês, sinto o calor vindo de seu corpo me aquecendo, por algum motivo gosto e muito da sensação de estar abraçado a esse polaco, algo que não certamente não deveria.

Ouço sua respiração sossegada, indo e vindo, indo e vindo... Inclino meu rosto olhando para seus olhos fechados, seu rosto está tão calmo. Uso minhas mãos para sair do contato dos braços do polonês, mas com cuidado para não desperta-lo.

Em silêncio fico de pé da cama, olho novamente para seu rosto. Robert solta um resmungo e se mexe na cama, me fazendo sentir um frio na espinha, ele acordou? Coloco minha mão em frente aos seus olhos e as mexo de um lado para o outro rapidamente... Robert continua com os olhos fechados. Solto um suspiro aliviado, não quero nem imaginar o que ele iria fazer se me visse acordado há essa hora.

Penso seriamente em fugir, mas estou pelado e não sei onde estou ao certo, essa não me parece ser a mesma casa. Percorro o corredor até chegar a uma cozinha.

Meus pés congelam com o contato do chão gelado.

Procuro incansavelmente por um copo pelos armários, encontrando-o pego em minhas mãos e o encho de água em um bebedor próximo. Mato minha sede ao tomar um longe gole dessa água gelada.

— Tentando fugir loiro? —  De repente escuto uma voz atrás de mim, quase me engasgo com a água que estava bebendo. Droga! Como Robert acordou? Eu não fiz barulho nenhum.

Viro meu corpo, vejo-o me fitar irritado. Ele continua vestindo apenas uma boxer preta, deixando seu peito e suas pernas musculosos expostos.

Robert se aproxima cada vez mais de mim, recuo dando passos para trás, mas acabo encurralado na parede. Robert continua se aproximando, parando a poucos centímetros de meu corpo.

— Não, não! Eu só acordei com sede, só isso. — Tento explicar com um pouco de receio do que ele pode vir a fazer comigo. A última coisa que preciso agora é deixar esse homem irritado, sei muito bem do que é capaz quando está irritado.

Ele me fita meu corpo dos pés a cabeça.

— Mas é claro! — Sinto um tom de ironia em sua fala.— Não conseguiria ir muito longe assim, não é? — Olha para meu pinto e abre um sorriso malicioso de lado, safado.

— Nada mal, loirinho.

— Só estava indo beber água, por isso não quis te acordar. — Tento mudar de assunto.

Com uma das mãos segura meu queixo, me fazendo fitar ainda mais os seus intensos olhos azuis.

— Espero que esteja contando a verdade, loirinho. Porque se não a coisa fica feia pro seu lado.— As palavras do moreno fazem meu corpo gelar.

— Mas acredito em você. — Retira a mão do meu queixo.

Observo os móveis ao meu redor, a casa em que Milik estava era diferente, não são os mesmo móveis e não vi aquele sofá que em que ele estava sentado.

— Essa não é a mesma casa em que estava antes! Onde estou?

— Em minha casa, te trouxe para cá quando desmaiou.

Arregalo meus olhos, ele fez o que?

— Você é bem levinho, não foi difícil. — Abre um sorriso para mim e dá uma pequena risada.

Ele segura meu pulso e me puxa. — Vem, já são duas e meia da noite. — Solta um bocejo.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora