Leweus - Fica Comigo

Hold On

Marco Reus

Durante o intervalo entre os jogos, decidi dar uma pausa e me dirigir até um dos banheiros do clube esportivo.

Ao entrar, fui recebido por uma sensação de frescor, proporcionada pelo ar-condicionado que mantinha o ambiente gelado. A iluminação era modesta, criando uma atmosfera tranquila e relaxante.

Com cuidado, retiro a luva que protegia minha mão ainda ferida, comecei a lavá-la na água corrente da torneira. Felizmente, não tem quase nada de sangue.

O contato direto com a água gelada, me deixou com certo arrepio na pele, aliviando a dor residual da lesão.

Em seguida, lavei o rosto, deixando a água escorrer sobre meu rosto ainda aquecido pelo esforço físico da partida de tênis. Sequei meu rosto com alguns papéis guardanapo, ajeitei os cabelos que até então estavam bagunçados, suspirei fundo.

Após sair do banheiro, decidi explorar um pouco melhor a estrutura do clube. A beleza do lugar está ainda mais em evidência a essa hora do dia, com árvores e calçadas espalhadas por quase todos os cantos.

Estou sedento, minha língua está quase seca... Meus olhos encontram uma barraca vendendo coco diretamente do freezer. Não hesitei em comprar um, o atendente o preparou para mim, cortando a extremidade e me entregando-o junto com um canudo.

Fico sentado em uma das bancadas, observo a vista verde que se encontra à frente de meus olhos, enquanto me reidrato com a refrescante água de coco.

Sinto uma incrível sensação de bem-estar após ter a sede saciada.

Ainda me restam alguns trocados no bolso... Compro outro coco para meu parceiro polonês, justo já que ele também teve mérito na nossa vitória.

Saio dos arredores com o coco em mãos atrás do polonês. Demoro um pouco até encontrá-lo conversando por telefone, em seu idioma nativo. Não sou capaz de entender uma palavra sequer do que conversa.

Por conta de seu tom sério na fala, só consigo imaginar qual deva ser o assunto... Caminho a lento passos até sua direção.

— Só um pequeno contratempo... — Suspira, enquanto guarda o celular em seu bolso, após terminar a ligação.

Após notar minha aproximação, seus olhos azuis se voltam para mim, quase que imediatamente, ele abre um sorriso largo.

— Marco! Aí está você, já estava indo te procurar. — É notável o entusiasmo em sua voz.

— E aí, Lewy. Fui ver melhor de como era o clube; não quis atrapalhar a sua ligação, tudo certo?

— Nada muito sério, só alguns assuntos do meu trabalho... — Assinto com a cabeça.

— E como vão as coisas aqui? Comprou um coco?

— Sim, é para você. Está merecendo um depois da nossa vitória. — Entrego-o junto com o canudo, com sorte, ainda deve estar gelado.

— "Idem", Marco. Obrigado, mas, e quanto a você? — Coloco minhas mãos sobre os ombros do polonês, enquanto nos guio até uma das bancadas para nos sentarmos.

— Já tomei o meu, precisava matar minha sede depois de correr tanto pelas quadras.

— Não duvido disso. — Em resposta, solto uma risada anasalada.

Observo o polonês ao meu lado beber bastante da água de coco através do canudo.

— Então, o que tem a me dizer sobre o tênis agora?

— De início a impressão não foi tão boa, confesso isso, quase perdi a cabeça... Mas, depois de treinarmos bastante juntos e até jogarmos a nossa partida. Senti a adrenalina correr pelas minhas veias e estava totalmente focado no jogo.