Get Back

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Marco Reus

Ainda aconchegado sob os braços de Robert, desperto lentamente. Aos poucos, a consciência retorna, trazendo as lembranças da noite anterior junto com as emoções que haviam transbordado.

Os primeiros raios de sol penetram pelas cortinas, iluminando suavemente o quarto.

Ao abrir os olhos, me deparo com o rosto tranquilo de Robert, que ainda permanece adormecido.

Me afasto sem fazer movimentos bruscos para não o despertar. Antes de sair, me aproximo de seu rosto na cama, deposito um suave beijo em sua bochecha.

Ao me dirigir à porta, lanço um último olhar para trás, antes de me retirar.

Tomo um banho gelado, antes de ir fazer o café da manhã.

Preparo alguns pães junto com algumas panquecas, encho minha caneca com o café expresso na cafeteira.

Vejo Robert emergir dos lençóis, os cabelos bagunçados evidenciando a persistência do sono em seus olhos.

— Bom dia, dormiu bem? — Tomo um gole da minha caneca de café, observando-o se aproximar.

A imensidade azul em seus olhos brilha de uma maneira surpreendente, uma luminosidade diferente da qual estou acostumado a ver. Seu sorriso parece mais cativante do que o habitual.

— Bom dia, Marco! Eu sonhei que era um astronauta! — Exclama, seus olhos fixos em mim, emanando certa ingenuidade.

— Astronautas, hein? Sonhou como era conhecer a Lua pessoalmente?

— Hey, é sério! Dentro da espaçonave, eu ouvia o rádio transmitir "Ground control to Major Robert."

Algo não está certo...

— Sei... Quantas você tomou na noite passada durante a festa, Robert? — Ele ainda parece imerso na ludicidade dessa infantilidade.

— Hm... Não lembro. Meu foguete flutuava no vazio do espaço, e eu carregava a bandeira da Polônia nas costas do meu traje de astronauta. Robert Lewandowski, o primeiro astronauta a explorar os mundos afora! — Seus olhos brilham e o sorriso puro ilumina o rosto, mas algo neles não parece ser natural.

— Entendi... Quer seu café agora?

Observo-o devorar as panquecas, como se fosse realmente algum astronauta faminto voltando do espaço.

— Não gosto de café, é amargo demais. Cadê meu chocolate?

— Não tomamos chocolate no café da manhã, Robert. Posso preparar um cappuccino se preferir algo menos amargo.

— Dane-se! Vai fazer meu chocolate quente!? — Bate as mãos com força na mesa, enquanto contrai as sobrancelhas e os beiços de forma irritada.

— Okay, okay, relaxe. — Não quero dar o braço a torcer, me levanto em silêncio da cadeira, caminho em direção a cafeteira expressa, procuro entre as cápsulas o sabor de chocolate, depois de procurar bem no fundo da gaveta, encontro uma restante.

— Está com sorte, sobrou uma. — Preparo o chocolate quente na cafeteira. Após a cafeteira despejar a última gota na caneca, a coloco em frente ao polonês ansioso.

— Aqui está, mas está quente, cuidado. — Empurro cuidadosamente a caneca até as mãos do polonês sobre a mesa.

Antes que dê tempo de sequer me sentar de volta na cadeira, escuto o polonês arfar de dor ao queimar a língua com a bebida quente.

— Ah, Robert eu acabei de te avisar! Pelo menos assopre antes de beber! O que deu em você afinal!!?

— Não fala assim comigo, não fiz por mal. — Suspiro profundo, não quero piorar a situação, mas eu não consigo entender direito o que aconteceu com ele...

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora