Milik
Há sangue escorrendo de meu nariz, sinto o gosto metálico percorrer por todo meu rosto junto com uma respiração pesada, mas triunfante.
O helicóptero aguarda por mim, suas hélices cortando o ar com um barulho constante ecoando pela grama.
Um de meus comparsas me dá a mão para entrar no interior da cabine. Ainda sinto a adrenalina da luta pulsando em minhas veias.
— O senhor está bem? — Pergunta, preocupado com minha condição.
— O suficiente para estar de pé, eu disse que iria retornar. Como está o nosso 'comandante' Lewandowski?
— Está apagado, mas o pulso estável. — Outro comparsa responde, sua voz carregada com uma mistura de preocupação e alívio.
Após o aviso do piloto, o helicóptero começa a subir, afivelo meu cinto de segurança. Meus olhos percorrem a cabine, noto outro comparsa em minha frente beber algo de uma garrafa de cantil.
— Hey, o que está bebendo?
— É vodka, senhor Milik. — Responde, seus olhos abrindo-se em surpresa diante de mim.
— Me dê a garrafa. — Ordeno, estendo a mão para recebê-la. Bebo um profundo gole antes de erguê-la e despejá-la sobre meu rosto, o álcool da bebida queimando as feridas abertas.
Arfo pesado, a dor não é pouca, logo a devolvo de volta.
(...)
Após aterrissar na central de operações, sou tratado de meus ferimentos na ala médica. Detesto esse cheiro de álcool e de plástico das agulhas.
Enquanto isso, outro médico está encarregado de cuidar da condição neurológica de Robert.
Lewandowski repousa em uma maca, ele permanece desacordado, mergulhado em um sono profundo, mas sua condição é descrita como estável pela equipe médica.
Robert Lewandowski
O consciente emerge lentamente da densa névoa do inconsciente, como um viajante perdido procurando a saída de um labirinto escuro.
Realizo um esforço para meus olhos se abram, meus sentidos ainda estão aturdidos. Ainda parece como se eu estivesse sonhando dentro de meu próprio mundo, com um suspiro cansado observo o ambiente ao meu redor.
Estou em uma sala branca e estéril, envolta pelas paredes quase tão frias quanto gelo; a ala médica. Minhas pupilas estão dilatadas, sinto como se cada fibra do meu corpo estivesse esgotada e pesada, afetado pela desidratação.
Uma agulha está inserida em minha veia, administrando soro diretamente na corrente sanguínea.
Me ergo com cautela na cama hospitalar, suspirando pesado, coloco as mãos sobre o rosto, protegendo-o da luminosidade intensa da lâmpada fluorescente. Sinto como se estivesse apagado durante dias. Tudo parece distante, como se enxergasse o mundo através de um espelho embaçado. O que eu tinha em mente?
Um médico percebe meu despertar e se aproxima, seus passos suaves ecoando no ambiente silencioso. Ele carrega uma pequena lanterna em uma das mãos, o olhar atento e profissional.
— Bom ver que está acordado, senhor Lewandowski. — Diz com a voz calma, mas assertiva.
O médico inclina minha cabeça levemente para trás, abrindo minhas pálpebras com cuidado e direcionando a lanterna para examinar meus olhos.
A luz é intensa, e me esforço para não recuar.
— Siga a luz com os olhos. — Ele instrui, movendo a lanterna de um lado para o outro.
— De onde eu... Como vim parar aqui? — Pergunto, minha voz rouca e fraca.
— O senhor chegou desacordado, por conta de exaustão e desidratação, havia um alto nível de álcool em seu sangue. — Explica, desligando a lanterna e guardando-a no bolso do jaleco. — Milik o trouxe até aqui.
— Milik? — Repito, tentando organizar os fragmentos de memória.
— Sim, ele disse que o encontrou em um estado preocupante e achou melhor trazê-lo imediatamente. — Responde, enquanto ajusta o soro na minha veia, ainda sinto um leve zumbido constante em meus ouvidos.
— Mas agora está em estado estável. Vamos monitorá-lo por mais algumas horas para garantir que esteja bem.
Ele então pega um palito de madeira e, segurando meu queixo firmemente, pede para que eu abra a boca.
— Diga 'ah'. — Instrui, enquanto insere o palito suavemente em minha língua e examina minha garganta. A sensação é desconfortável, mas metódica.
— Uma leve inflamação, mas nada grave. — Murmura para si próprio, retirando o palito e descartando-o em um recipiente próximo. — Vou prescrever alguns analgésicos e anti-inflamatórios para auxiliar na sua recuperação.
As informações começam a fazer sentido à medida em que me recupero da confusão mental. Milik me trouxe aqui, ele sempre parece estar envolvido quando algo dá errado ou quando as coisas precisam ser resolvidas de forma alternativa.
— Preciso... preciso ir falar com ele. — Digo, tentando me levantar, mas o médico coloca uma mão firme em meu ombro, me impedindo.
— Não se apresse. O senhor é forte, mas seu corpo ainda está se recuperando. — Aconselha. — Fique deitado e descanse um pouco mais. Vou informar a Milik para que saiba que o senhor está acordado.
Concordo relutantemente, deitando-me novamente na cama hospitalar. A sensação de impotência é devastadora, mas estou ciente de que preciso me recuperar antes de lidar com qualquer situação.
Repouso a cabeça sobre o travesseiro, tentando organizar meus pensamentos.
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Leweus - Fica Comigo
FanfictionMarco Reus, jovem policial, trabalha com um novo agente, ele tem uma sensação estranha do que está acontecendo, não sabe o porquê, nem o que é, mas algo indica que o novo agente não é o que parece.