Esse é o meu nome

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POV Marco Reus

Por conta do efeito causado pelo remédio, meus olhos vão ficando gradativamente mais e mais pesados. Ao menos a dor que sentia na musculatura do pescoço também está se dissipando.

Meus dedos e rosto gelam ao entrar em contato com o vento gelado que circula no carro, fazendo até que o meu nariz fique um pouco desconfortável pelo frio...

Deu para perceber que Robert gosta estar em ambientes com as temperaturas bem baixas. Vindo da Polônia é de se esperar que se goste de frio, falando nele, ele está quieto e concentrado no volante, o que será que está pensando nesse instante?

Como o rádio do carro está desligado, ouço apenas o ar condicionado e também uma suave respiração que vem de Robert.

Conforme o tempo passa, o peso do sono também aumenta, inclino a cabeça apoiando-a no banco, inspiro e suspiro para aliviar a tensão que estava percorrendo meu corpo. Segundos se passam e antes que me dê conta, acabo adormecendo fechando os olhos...

Acordo quando escuto o carro desligar. Olho para minha frente e vejo que finalmente cheguei em 'casa'.

Volto à atenção de meus olhos para o lado, sem virar muito o rosto. Observo Robert retirar as chaves em seguida as guardar no bolso, logo após fecho os olhos novamente.

Até que meu breve descanso é interrompido ao sentir uma mão quente dar um puxão sem muita força em minha orelha, arrancando todo o sono que ainda restava.

— Já percebi que você acordou Marco.

Me estico no banco para me espreguiçar e por fim soltar um bocejo.

— Por quanto eu dormi?

— Por meia hora, mais ou menos.

— Jura? Parece que dormi por horas.

— É, pelo jeito que você dorme igual uma princesa, parece mesmo.— Brinca comigo falando com um tom irônico na fala.

Se isso foi um elogio ou uma crítica, eu não sei. Talvez a primeira opção?

— Seu senso de humor tá em dia, Lewy.

— Sempre.— Ele lança um sorriso de canto para mim, não posso negar que gosto de ver seu sorriso leve e por causa disso também acabo sorrindo.

Com um simples gesto ele consegue me alegrar...

O polonês saí do carro e eu também faço o mesmo. Ele abre a porta traseira e tira uma sacola de plástico.

— O que é isso? — Pergunto apontando o dedo para o objeto.

— Enquanto a Vossa Alteza dormia, eu comprei o almoço. — Me estende a sacola, entregando-a para mim.

— Escolhi algo que você está mais acostumado a comer aqui no Brasil, para não ter que ficar comendo comida atípica todo dia.

Fala enquanto me entrega a sacola com o almoço. Almoço esse que está quase para uma janta por causa do horário.

— Eu não faço muita questão do que vou comer, mas obrigado mesmo assim.— Falo um pouco sem jeito, embora tenha ficado feliz pelo outro ter se colocado no meu lugar.

Robert pega uma das caixas da mudança e a segura indo em direção até a porta.

— É melhor a gente comer primeiro, Robert. Depois vemos a mudança. — Sou ignorado.

— Eu não como nada desde manhã e acho que você também não. — Insisto, mas é inútil.

— Prefiro fazer isso agora e já que está com tanta fome assim pode ir comer na cozinha.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora