Acordo

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POV Marco.

Sinto minha cabeça doer ao ponto de parecer que foi pressionada por uma prensa hidráulica. Se eu não morrer nas mãos daquele bandido, morro de tanta dor que estou sentindo.

Fico suspirando profundamente, mas está tão difícil de respirar... É uma sensação horrível, e o pior é que não posso fazer nada para tentar amenizar.

Meu pescoço está tão dolorido e fraco. O toco com a ponta dos dedos, sinto marcas de mãos deixadas ao redor dele, pressiono um pouco o dedo em meu pescoço, uma dor tão forte e ardida me vem, gemo alto de dor.

Por pouco não está quebrado, nem sei como está conseguindo sustentar minha cabeça, ele vai me pagar por toda essa dor que estou sentindo.

Já me passou pela minha cabeça que alguma hora seria pego por bandidos, mas nunca quem seria o bandido... Me ceguei pela inocência de confiar em Robert acreditando que ele era aquele homem bondoso e carinhoso, e o resultado é no que me encontro agora; a beira da morte.

E eu achando que ele gostava de mim pelo meu rostinho bonito. Esperar o que de um bandido?

POV Robert

Como a farmácia fica próxima a minha casa, prefiro ir a pé. Ainda estou com a mesma roupa que vesti mais cedo, não tive muito tempo hoje... A rua está pouca movimentada, há poucas pessoas.

Quanto mais tento não pensar em Marco, mais penso nele. Lembro de quando toquei sua pele ao limpar sua camiseta manchada de café com meus dedos ainda sob o tecido do lenço. Não me lembro de por que fiz aquilo, talvez para amenizar a situação, mas a cara dele quando derrubou o café foi impagável, o menino estava muito nervoso.

Me sinto intrigado, algo esse loiro esconde, ele é dedicado à polícia, mas não me parece ser algo que onde realmente gostaria de estar, percebia isso cada vez mais que trabalhava com ele.

Preciso saber mais sobre ele, ligo para o seu chefe. No terceiro toque ele me atende.

— Alô, Robert? — Pela voz parece que está exausto.

— O que sabe sobre o Marco Reus? — Vou direto ao ponto.

— Bem... Foi contratado há dois anos, por sorte dele, estávamos contratando assim que se formou. É um rapaz muito inteligente e astuto, ainda mais para a idade dele. Mas tem um jeito meio seco e é muito fechado.

— Jeito seco? — Novidade para mim.

— Ele não é muito de conversar, muito direto nas respostas e evita falar sobre a sua vida pessoal, nunca procurei muito saber sobre isso. 

Estranho, para mim ele se mostrou ao contrário de tudo isso.

— Algo mais sobre ele?

— Não. Como já disse ele é muito fechado, quem o conhecia melhor era Müller, mas está morto e não sei de mais alguém que tinha muito contato com ele.

— Por que o interesse nele?

— Queria o conhecer melhor, só isso.

— Pergunte para ele. Ele parece gostar muito de você!

Sinto meu corpo gelar com essa última frase.

—  Alô? Robert? Tá aí? 

— Sim, sim... Acho que ele deve sim... Obrigado por me informar mais sobre ele.

— Ao seu dispor. — Desligo o telefone logo em seguida e o guardo no bolso. Isso explica o loirinho não ser muito social.

Mais alguns passos e chego à farmácia. Pego todos os medicamentos que preciso, os melhores. Me dirijo ao caixa, vejo camisinhas numa estante ao lado.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora