Gratificação

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Pov Marco Reus

Acabo passando várias horas do dia preenchendo essas papeladas sobre depoimentos civis e em seguida fazendo minhas anotações.

Olho para o monte restante ainda intocado na mesa, suspiro fundo ao ver que irei demorar no mínimo uns quarenta minutos para finaliza-los.

Saco...

Passo as mãos no rosto e observo o ambiente ao meu redor.

O relógio pendurado na parede mostra que já se passaram das duas da tarde.

Noto que lá fora há um Sol brilhando tão forte que se alguém ficar por tempo demais exposto sem proteção é capaz de sofrer queimaduras de primeiro grau.

A tarde está tão quente que o ar-condicionado tem dificuldade para manter a temperatura do ambiente amena.

Percebo também que a minha mão direita está manchada com tinta preta da caneta.

Bufo e largo a caneta na mesa.

Com meus dois anos de profissão, senti na pele que o que é ser um agente da polícia, correr risco de vida todo dia, constante mudanças de colegas, perda de amigos...

Já percebi que está longe de ser algo perfeito, mas ainda gosto muito de ser recompensado com o sorriso grato das pessoas que ajudo, especialmente das crianças e quero muito continuar assim até que meu último fio de cabelo esteja totalmente grisalho e... Também espero estar acompanhado até lá.

Sinto minha garganta começar a implorar por água e minhas pernas estão prestes a ficarem dormentes por conta do tempo aqui parado, nunca fui alguém acostumado a ficar muito tempo parado num lugar só.

Bem... Vou tomar um ar lá fora, termino minhas obrigações depois.

Afasto a cadeira e saio da minha sala sem fazer muito barulho.

Caminho até adentrar o banheiro e fechar a porta, o ambiente é pequeno, mas bem cuidado e limpo.

Lavo meu rosto e queixo com a água corrente e limpo minhas mãos e antebraços com sabonete líquido.

Vejo no espelho a imagem um homem alto, loiro e de olhos verdes, ao fita-lo, esboço um sorriso e passo o polegar entre os lábios, sou um alemão bonito afinal.

Ajeito meus fios usando os dedos como um pente.

Até minha autoestima está bem melhor por conta da minha noite anterior.

Seco meus braços e rosto com uma toalha de rosto, saio do banheiro e vou até a recepção.

Também não há ninguém aqui, a moça que fica recebendo as pessoas deve ter ido resolver outra coisa ou deve estar em seu horário de almoço...

Vou até o bebedouro, encho um copo descartável com água e em seguida caminho até ficar de frente a entrada da delegacia.

Dou um gole no copo e fico observando as nuvens brancas espalhadas pelo céu azul.

Em determinado momento começo a me lembrar dos momentos em que estive com Robert na noite anterior.

O que me faz querer esboçar um sorriso para a paisagem em minha frente.

Me sinto tão leve que poderia estar flutuando entre as nuvens do céu. Tão bom...

Até que meus pensamentos são interrompidos ao sentir uma mão estranha em meu ombro.

— Mas, o que!? — Viro e vejo o próprio Bastian Schweinsteiger atrás de mim, com um sorriso de canto irônico.

— Procrastinando no trabalho, Reus? — Sinto um frio impiedoso percorrer na espinha.

Leweus - Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora