Leweus - Fica Comigo

No Way

Robert Lewandowski

Dou um gole profundo em minha bebida gelada enquanto conto o dinheiro da mais recente negociação de grande escala.

Raramente confio em alguém além de mim para fazer esse trabalho.

São várias e várias cédulas arranjadas em maços. É um trabalho rentável, ainda que trabalhoso, mas não tenho pressa.

Está tudo aqui, é o que parece. Peso o dinheiro em uma balança, só vai demorar um segun... Pronto.

Retiro o celular do bolso, inicio uma ligação.

— Os créditos estão todos aqui, Bartek. Pode entregar o restante da mercadoria.

— Entendido, senhor. — Desligo e percebo a data do dia de hoje, 31 de Maio. Hoje é o aniversário do Marco, havia deixado um lembrete no celular para não me esquecer.

Ultimamente, cumpriu a sua palavra e começou a respeitar melhor meu espaço.

Acabou melhorando a convivência entre nós e fazendo com que nossos momentos juntos se tornassem ainda mais agradáveis, seja nas noites em que saiamos fora ou quando ocasionalmente treinamos à noite para manter e melhorar o físico.

Penso em fazer algo para comemorar o seu dia...

Dou o último gole em minha bebida gelada e dou uma rápida olhada para o relógio em meu pulso.

Vou pensar melhor nisso depois... Ainda tenho tenho alguns assuntos para resolver por agora.

Saio de meu escritório e sigo em direção ao estacionamento, onde sou acompanhado por mais três guarda-costas.

Marco Reus

Durante a manhã, junto com outros agentes policiais, fazemos uma marcha pelas ruas da cidade enquanto cantamos alguns hinos durante o ato.

Sou eu quem segura e ergue a bandeira do país, o que de certa forma me faz sentir alegre e honrado, ainda mais por eu ser o estrangeiro aqui.

Marchamos sob o Sol, há um calor de mais de trinta graus, mas é claro que um agente não se pode deixar fraquejar pelo meio ao seu redor, mantenho firmeza.

(...)

Após terminarmos a celebrações do dia, retornamos ao local de trabalho.

Lavo meu rosto com a água fria corrente no banheiro. Mal acabo de secar meu rosto com uma toalha de rosto, já recebemos uma ligação de emergência sobre violência doméstica.

Me reúno com um colega de trabalho, sem perder tempo, adentramos na viatura e partimos com pressa.

O som da sirene ecoa dentro da minha cabeça.

Ainda que evite demonstrar externamente, fico apreensivo por dentro e tento conter o nervosismo apertando minhas mãos uma na outra.

Parecia como se algo dentro de mim ardesse toda vez em que tinha que lidar com casos desse gênero, algo que conseguia me deixar visivelmente desconfortável, apesar de eu nunca tentar admitir isso, nem mesmo para mim às vezes.

Não gosto de lembrar disso...

A incidência parece ter aumentado nos últimos anos ou talvez eu só era jovem demais para perceber isso.

Desperto de meus pensamentos ao sentir o veículo ser estacionado repentinamente.

Saímos o mais rápido o possível.

Não demora para escutarmos um som de briga ecoando gradativamente pelas ruas, igual o que foi denunciado pela ligação anônima.

— É aqui, vamos. — Assento com a cabeça e seguro a pistola em minhas mãos.