Capitulo 27

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Ayla

Eu perdi o ar, senti meu coração parar por um instante. Ela estava ali ao meu lado, tomando café, eu não conseguia me mexer.

Minha mente dizia para eu sair correndo dali, que a Valentina ia me ver, mas meu corpo não obedecia. Me mantive de cabeça baixa e não toquei no meu café.

- Seu café não está bom, senhora? - a balconista perguntou preocupada.

- Esta ótimo, obrigada! - Levantei a cabeça mostrando um sorriso amarelo.

- Se quiser posso te trazer outro, esse já deve esta frio.

- Agradeço a gentileza. - minha tensão só aumentava.

Vi a Valentina se virar na minha direção.

- Ayla?

Meu coração parou imediatamente.

Valentina

Passei para tomar café na padaria como faço todos os dias antes de ir para a clínica.

Com ajuda da Lorena eu estava trabalhando na minha área e estava amando.

Apesar dos pesares, eu estava me saindo bem. Meus pais não falavam mais comigo, eu era uma deserdada.

Eu e a Lorena chamávamos muito a atenção, era uma cidade pequena que tinha um casal de lésbica.

Aqui todo mundo conhecia todo mundo. Por isso que a mulher que se encontrava sentada no balcão da padaria me chamou a atenção.

De primeiro momento não olhei demais, não queria parecer invasiva, ou muito curiosa. Pedi meu café como de costume e o tomei lentamente lendo as notícias no meu celular.

Apesar de não querer parecer curiosa, eu estava intrigada com a moça ao meu lado. Ela se mantinha de cabeça baixa e não mexia um músculo se quer.

Será que ela está bem?

Pensei em perguntar, mas não queria ser tão intrometida. Mas a Jaqueline atenciosa como sempre questionou a mulher sobre seu café.

Foi aí que eu escutei, aquela voz.

Aquela voz me parecia familiar. Não pode ser?! Ela respondeu a primeira pergunta e me deixou encucada. Quando ela tornou a falar, educadamente eu tive certeza.

- Ayla? - percebi seu corpo irrijecer imediatamente.

Eu não podia acreditar que ela estava ali. Ela não me olhou, mais só pela postura eu tive certeza que era ela.

- Não pode ser! - Tornei a falar.

- Vocês se conhecem?

Foi então que a Ayla finalmente me olhou.

- Infelizmente sim. - eu a encarei. Esperando que ela enfim me olhasse.

O que ela estava fazendo aqui? Quem ela pensava que era para aparecer quando bem entendesse?

- Marca pra mim, Jaqueline. A Lorena vai passar aqui mais tarde.

Sai de lá sem nem olhar para trás. Quem ela pensa que é, estando aqui quando não deveria.

Ela não me quis sem memórias, agora estava aqui e não tinha nem coragem de olhar na minha cara.

Eu já estava a alguns metros quando escutei me chamar. Parei imediatamente mas não me virei.

- Valen? - ela não podia fazer isso.

Me virei devagar, muito devagar. O medo de reve-la me tomou como um golpe na boca do estômago.

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