Capítulo 39

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 Valentina

Como havia dito, eu ia começar literalmente a ajeitar minha vida por aqui, até então com a Ayla na minha cabeça eu não tinha conseguido me concentrar em nada, mas agora era diferente apesar de não termos dado nome ao que estava rolando entre nós, pra mim já bastava todo seu interesse em saber como iríamos agir de agora em diante.

Aquela ação já me trazia uma certa paz para enfim rumar meu destino além de seu nome, Ayla.

A mulher dos olhos verdes, havia deixado suas chaves comigo, dizendo ter uma cópia com ela.

- Leve com você senão se sentir à vontade de ficar com elas, pode me devolver depois. Mas quero deixar bem claro que quero que fique com elas.

- Não acha que está indo rápido demais? - eu estava com medo.

- Não quero perder mais tempo nenhum. - beijou meus lábios antes de sair.

Peguei minha bolsa e quando eu já estava de saída com as portas trancadas me deparei com a cena mais assustadora. Ele estava parado dentro do que deveria seu carro, olhando em direção a casa da Ayla.

Aquilo me causou um certo arrepio e me deixou com um gosto amargo que subiu do meu estômago me causando um mal estar. Ao perceber que eu o tinha visto parado em frente a casa da Ayla, Heitor saiu e veio em minha direção.

- Valentina! Como é bom ver que está tão bem. Não sabe o quanto esperei por esse momento. - Tentou me abraçar, mas me esquivei sem intenção nenhuma de ter contato com aquele desgraçado.

- Esse é o motivo para você estar parado na frente da casa da Ayla? - eu não queria chegar perto dele.

- Não, eu estava de passagem e vi você saindo, então vi uma oportunidade de enfim podermos conversar, já que ontem você foi embora sem nem se dirigir a mim.

- E porque eu deveria te dar o direito de ter uma conversa comigo, se da última vez em que te vi, você estava com uma arma na minha cara e não hesitou em apertar o gatilho.

- Aquilo foi um erro, Valentina. Eu estava completamente fora de mim e desde que fiquei internado...

- Internado? Assim que se referem a bandidos feito você? - eu o interrompi.

- Eu não sou um bandido, Valentina. Paguei pelos meus erros, não estou mais em dívida com a sociedade.

- Ah você está! Me fez perder anos da minha vida, por que não soube perder, Heitor. Tudo que fez foi dar ainda mais munição para aqueles que não me queriam bem.

- Eu sabia que estava errado, Valentina. Mas nunca imaginei que sua família seria tão engenhosa e tramasse algo tão baixo.

- Pra você ver como são as pessoas, a Ayla nunca imaginou em nenhum minuto se quer que você seria capaz de puxar o gatilho. E olha só o que você fez. - dei de ombros. - Ela é uma pessoa incrível que só quer ver o melhor nas pessoas, sendo assim ela te perdoou, mas eu nunca farei isso. Nem em um milhão de anos, Heitor. Eu nunca irei te perdoar.

- Não espero que faça isso logo de cara, Valentina. A Ayla também não me perdoou de imediato, mas sei que vai perceber que sou muito mais do que uma atitude impensada.

- Uma atitude impensada?! - minha indignação me consumiu – VOCÊ ME MATOU! - Gritei.

- Não, eu não te matei Valentina, senão num estaríamos aqui tendo essa conversa.

- Acho melhor você sair da minha frente, Heitor. Não há nada que me diga que me fará pensar diferente do que pensei de você a minha vida toda, desde quando eu te conheci, quando você começou a namorar com a Ayla, eu sabia que você não prestava, eu sabia que tinha alguma coisa de errado com você, só não consegui distinguir o que era de imediato, mas sua possessão era palpável. Pena que a Ayla não consegui enxergar antes de ser tarde demais.

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