Capítulo 37

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 Valentina

Ela se levantou e foi embora, eu completamente aturdida com sua atitude me calei diante do falatório das moças presente na sala.

Ayla era meu ponto fraco e suas poucas palavras sem nenhuma certeza do que se passava na sua cabeça, me deixava ainda mais inquieta. Como uma pessoa poderia causar tanto rebuliço?

Enquanto as outras bebiam e conversavam sem parar, eu só conseguia pensar: "O que eu faço?"

Me levantei de pronto peguei meu celular e pedi um carro, fui até meu quarto peguei minha bolsa.

- Aonde você vai? - Anya me perguntou.

- Eu preciso resolver algo.

- Boa sorte! - Alice desejou sabendo o para onde eu iria.

- Obrigada!!

Entrei no carro, um Honda Fit branco dirigido por um homem de meia idade, caucasiano, cabelos grisalhos, ele devia ter em torno de 50 anos. Muito simpático falava sobre a vida, tentando puxar assunto. Eu apenas sorria porque minha cabeça estava ocupada com ela.

Eu estava indo até sua casa sem ser convidada, Ayla tinha dado entender que precisava de espaço, mas meu coração não queria mais espaço ou tempo. Eu precisava com urgência matar aquela saudade, eu precisava muito mais que um beijo desesperado e cheio de saudades.

Minha necessidade era dela por completo. O homem falava sem parar, suas filhas uma de 15 e outra de 17 anos eram exemplares na escola, mas a garota de 17 anos estava passando por um momento conturbado, tinha aparecido na casa dos pais com uma menina dizendo que era sua namorada.

- Acredita, moça? A menina parecia aquelas Maria João, sabe?! Mulher macho...

- O senhor não deveria se referir a menina dessa forma, com certeza sua filha a apresentou e lhe deu um nome. É muita falta de respeito usar de termos pejorativo para se referir a alguém que sai dos seus padrões.

- Eu não sabia que a senhora era defensoras desse tipo de gente. - Tentou se defender.

- Nem poderia, até porque o senhor não me conhece, acho que deveria tomar mais cuidado com o que diz para seus passageiros.

- Não queria te ofender. - Ele ainda tentava se justificar nas entre-linhas.

- Não me ofende, mas também não faço questão nenhuma de pegar outra corrida com o senhor. - Ele parou em frente a casa da Ayla.

- Sinto muito se disse algo que não me agradou. - Passei o dinheiro para ele sem responder.

Eu tinha outras preocupações, e essa não era uma delas. Eu tinha uma mulher para tentar convencer a me receber sem nenhuma crise instaurada. Toquei a campainha na sua casa e não demorou para uma sombra se fazer por baixo da porta. Esperei por alguns segundos para analisar a situação. A luz que vinha do lado de dentro da casa, desenhava sua silhueta, seu suspiro se fez audível, meu desespero cresceu. Parada na frente daquela porta de madeira completamente impossibilitada de agir.

Uma madeira grossa e rústica nos separava... apelei para o que achava que poderia dobrar toda aquela resistência. Fala mansa e dando meu melhor para que ela entendesse que tudo bem estar insegura. Eu estava ali e também me sentia assim, insegura.

Um medo enorme dela não me atende e simplesmente me mandar embora, dizendo que precisava de espaço; "Você não entendeu ainda que preciso de espaço."

Medo, era isso que me movia, medo de perdê-la por ter medo de correr atrás.

- Eu sei que esta ai! - tentei.

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