ValentinaUm mês, fazia exatamente um mês que eu havia cometido a maior atrocidade contra a minha própria vida. Agora eu entendia que havia ido longe demais.
Até mesmo para aliviar meu corpo da tensão e do desespero que tomava conta do meu ser.
Mas também fazia um mês, que tudo havia mudado. Que as coisas em casa se tornará diferente. Meus pais, principalmente meu pai, me tratavam com muito mais carinho e atenção.
No comece eu achava que era pena. Mais depois de muitas noites assistindo tv e conversando com meu terapeuta, consegui abrir minha mente e coração para deixá-los entrar de uma vez.
Percebi que parte de tudo que estava havendo comigo, era minha culpa. Eu também não facilitava para que eles pudessem fazer parte da minha vida integralmente.
Até para igreja eu passei a ir, tá certo que só fui duas vezes, mais para agradar meu pai do que por vontade própria.
Só que estar lá me surpreendeu, eu me senti bem e acolhida. Coisa que eu nunca me senti.
Porém faz um mês, exatamente um mês que eu não troco uma palavra sequer com a Ayla. Nada, nem para saber se eu estou bem ou algo do tipo.
Nem para me olhar e dizer que me odiava por eu ter sentimentos por ela. Nada!
Silêncio total. Ela simplesmente ignorará minha única tentativa de contato. Na porta da sua casa ouvi ela dizer para sua irmã que não estava.
“ – ela mandou dizer que saiu”
Anya disse na inocência, senti um aperto no coração, mas não insisti. Ela estava no direito dela, ela tinha todo o direito de se afastar e nunca mais olhar na minha cara. Afinal quem era apaixonada nessa história toda era eu.
Só que hoje, exatamente um mês depois. Tudo mudou!
Eu estou pronta para ir ao colégio depois desse tempo que os médicos me deram.
Eu não fazia a menor ideia de como seria, eu mantive contato com as outras meninas. Todos sabiam da minha atitude insana.
Mas, ninguém tocou no assunto. Perguntas nunca houve!
- Pronta? – meu pai me perguntou.
- Sim! Já vou indo.
- Você me deixa te acompanhar? – Ele perguntou com um pouco de receio.
- Claro!!
Meu colégio não era longe dali, fomos a pé. Conversando sobre coisas aleatórias.
- Está pronta para voltar? – ele me pegou de surpresa com a pergunta.
- Não sei... Estou um pouco nervosa, mas acho que sim.
- Qualquer coisa, me liga e eu venho te buscar na mesma hora, ok?!
- Tá bom, pai! – beijei seu rosto antes de entrar.
Entrei!
Senti meu estômago gelar.
Entrei!
Minhas mãos suavam como nunca, senti meu estômago embrulhar e minhas pernas falharem levemente. Pensei.
Pensei em voltar para trás correndo, não me senti pronta quando entrei porta a dentro. Quando finalmente após um mês, meus olhos a encontraram.
Para meu azar, ela foi a primeira pessoa que eu vi. E para minha tristeza maior, abraçada do seu namorado.
Desisti!
Dei meia volta para sair, fui até a porta. Mais caralho, não ia adiantar.
Desisti!

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Sentimentos
Roman d'amourEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...