Ayla
Eu me sentia acuada, depois do ataque de nervos que tive em minha casa, não falei com mais ninguém.
Minhas amigas e minha irmã , me procurou, incansavelmente. As ligações eu não atendi, as mensagens nem sequer visualizei.
Quando elas bateram em minha porta, mantive as luzes apagadas e fingi não estar lá.
Eu estava com vergonha da minha atitude e também não sabia como dizer a elas que sentia muito.
A única conversa aleatória que eu tinha nesse momento era com quem eu jamais imaginei voltaria a conversar um dia. Só que diante das circunstâncias, nada mais parecia ter relevância.
Quero dizer. Eu vivi uma mentira por tanto tempo, que não me sentia mais capaz de julgar ninguém. Eu ria do destino.
Ontem eu achava que a mulher da minha vida estava morta, eu condenava o homem a minha frente ao inferno por me trazer tanta dor.
Hoje eu já não me importava mais com nada. Pouco ligava para o que as pessoas diriam ao me ver conversando com Heitor como se nada tivesse acontecido.
Me importei demais no passado e tudo que eu tinha agora era só mais dor. Assuntos inacabados e doloroso.
Assuntos que eu não sabia como resolver, por falta de diálogo ou por falta de vontade da minha parte principalmente.
- Obrigado por me dar mais uma chance.
- Para de me agradecer, Heitor. - revirei os olhos e olhei para a rua - Digamos que eu não tenho muito o que fazer.
- Já me é de grande valia.
- O que você esta fazendo da vida?
- Estou ajudando meu pai. Ele conseguiu expandir no ramo imobiliário, estou tentando fazer algo para agradecer tudo que eles fizeram por mim.
- Justo!
- Não há nada que eu faça que pagará toda a dor que eu causei.
- Um passo de cada vez. - Eu ouvia o que ele dizia, mas não prestava muito a atenção.
Eu me perdia em pensamentos, deixava que meus devaneios me tomasse e me perturbações.
- Você está bem? - Heitor despertou minha atenção.
- Estou! - Respondi simplesmente. - Acho melhor eu ir. - Ele se levantou. - tenho muito trabalho. - Informei.
- Nos veremos de novo? - perguntou com cautela.
- Quem sabe?! - Eu não tinha certeza.
- Espero que sim... - falou com cerro entusiasmo em sua voz.
Caminhei devagar retornando ao escritório, olhei para o céu e vi que as nuvens estava carregadas e o dia parecia que iria ficar nublado. O dia estava como o meu humor, péssimo.
Entrei no escritório, eu tinha muita papelada para analisar. Mais parecia que não seria exatamente isso que eu iria fazer.
Na minha sala estava Fantine. Sentada na minha cadeira, a minha espera. Não me pareceu uma visita amigável, pelo olhar que ela lançou ao me ver.
- Eu tenho muito trabalho, Fantine. Fala rápido. - Eu sabia que viria mais cobrança.
- Mais tempo para o criminoso do Heitor você tem, não é mesmo?!

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Sentimentos
RomanceEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...