Ayla
Me sentei e fiquei por tempos avaliando as palavras de Fantine. No fundo eu sabia que ela tinha razão, que eu precisava conversar com as pessoas.
Existia uma necessidade gritante de uma conversa. Eu já não sabia como se fazia isso, de tanto que aprendi a fugir, conversar já não era mais o meu forte.
Escutar meu celular tocar as vezes me aterrorizava e num sobressalto o aparelho gritou e me trouxe de volta.
Olhei na tela e vi a foto da minha irmã, eu precisava mudar e tinha que começar agora.
- Alô! – Disse ao atender.
- Ayla, nossa...
- Você me ligou, quem esperava que atendesse? – Zombei.
- É que eu te liguei tantas vezes e... – Senti a tristeza em sua voz – Eu achei que não ia me atender mais uma vez. – Sua voz baixou consideravelmente.
- Sinto muito por estar sendo tão babaca.
- Não se desculpe.
- Eu preciso! – olhei para o horizonte e busquei forças para quebrar um padrão – Janta comigo hoje? Só eu e você, na minha casa?
- As 19:00? – ela usou mais um pouco de cautela.
- As 19:00 está perfeito!
Fui pra casa, mas antes passei no mercado e peguei algumas coisas para o jantar. Uma garrafa de vinho e algumas petiscos para irmos beliscando até tudo ficar pronto.
Cheguei em casa por volta das 18:40 e minha irmã não demorou a chegar.
- Oi! – Eu disse ao abrir a porta.
- Oi! – ela me abraçou forte. – Eu estava preocupada.
- Eu estou bem! – Me separei do seu abraço e fechei a porta – Desculpa te deixar tão aflita.
- Só não some mais, ok?!
- Ok! – eu sorri e caminhei para a cozinha – Vinho? – gritei.
- Óbvio! – ela pegou uma taça no armário e nós serviu.
Anya começou a me ajudar num clima leve, me contou sobre seus estudos e as provas que tinha feito. Ela estava muito animada.
- A Marcela me ajudou e... – Ela parou de falar e me olhou – Nos não...
- Anya! – parei e me virei de frente para ela – Não precisa se justificar.- Tomei um gole da minha taça – Eu fui uma completa idiota aquele dia, não tenho o direito de impedir vocês de serem feliz.
- Mas... eu não quero que ache que furei seus olhos.
- Jamais pensaria isso – beijei seu rosto – Sei das circunstâncias e se hoje a Marcela está livre, foi porque eu não soube ama-la como ela merecia. – tomei mais um gole – Não é justo que agora eu aja como uma donzela ofendida, a Marcela encontrou alguém que faz bem a ela, mais do que eu fui capaz de fazer.
- Obrigada! – Ela sorriu e me abraçou – Sabe que ela precisa da sua autorização, né?!
- Sei! E pode deixar que eu vou conversar com ela.
- Eu te amo! – Ela disse.
- Também te amo! – A abracei forte.
Jantamos num clima favorável, Anya me contou como estava e era notável o quão apaixonada ela estava.

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Sentimentos
RomanceEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...