Capítulo 40

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Ayla

Diante de tudo que havia escutado naquela noite, amanhecer do lado das pessoas mais incríveis era certo. Tão certo como 1+1 eram dois. Nada mais importavam além do sol que nascia para aquecer nossas peles, abraçada a mulher que eu amo, eu, Ayla havia aceitado que aqui era um recomeço, melhor. Minha segunda chance.

Minha segunda chance de viver com a Valentina todo amor que eu carregava no peito, todos os planos que eu e ela tínhamos feito quando amigas, todos os desejos que eu fiz quando achei que a moça dos cabelos cacheados estava morta.

Era minha segunda chance de ser uma irmã melhor, de ser a irmã mais velha. O papel que deixei de praticar quando me afundei em tristeza e solidão. Tudo que eu queria naquele momento era que minha irmãzinha fosse tão feliz como eu estava me sentindo.

Mais uma chance de ser uma amiga melhor, de ser mais presente e menos problema. Essa era minha oportunidade de mostrar para todos aqueles que eu tanto amo, que eu, Ayla. Estou aqui.

Por eles e pra eles, como jamais eu fui capaz de demonstrar desde que a nebulosidade da dor me tomou. Sei que nada justifica minha ausência, mas ainda há tempo. Ainda dá tempo de dar a todas aquelas pessoas o meu melhor.

Sem me esquecer de que a chance de ser uma filha presente e grata pelos pais que tenho. Jamais poderia agradecer em palavras os pais incríveis que tenho.

- Um beijo pelo seu pensamento. - Valentina me trouxe de volta.

Sorri com sua proposta.

- Eu sou tão grata por estar aqui com você. Com todos eles.

- Eu também sou, você não tem noção de como me alegra estar aqui. - beijei seus lábios. Era fantástico a capacidade que a Valentina tinha de me entender.

Enquanto eu e ela ainda estávamos admirando o sol, os outros estavam jogados na sala. Todos dormiam exaustos depois de uma noite de muitas lembranças e risadas.

- Você não tinha que trabalhar?

- Eu tenho, mas vou trabalhar em casa.

- Então o que você acha de me acompanhar até meu quarto? - Valentina sorriu sugestiva – Lá tem um banheiro com uma banheira sensacional – ela sussurrou – Acho que você vai gostar.

- Sua ideia me parece excelente. - Valentina passou minha mão em seu ombro e me guiou até seu quarto.

Como prometido um maravilhoso banho de banheira, entrei na água que estava com a temperatura certa, deixei que meu corpo relaxasse, abri os olhos - que estavam fechados tamanho o prazer que minha pele provava – Tive a visão mais perfeita, meu corpo que estava completamente relaxado, encontrava-se estasiado com a perfeição que caminhava em minha direção, deixando a toalha cair e mostrando toda sua beleza.

Valentina era minha melhor visão, a obra de arte perfeita. O sorriso que perdurava em seu rosto me causava arrepios de prazer, toda aquela luz era por me ver? Valentina entrou na água com uma lentidão dolorosa. Sentou em meu colo e enlaçou meu pescoço, pescou meu lábio inferior e mordiscou causando arrepios. Seus olhos brilhavam, uma chama brincava por ali.

Suas mãos inquietas bagunçavam meus cabelos, tirando cada mexa do meu rosto, ela parecia querer me ver melhor.

- Você é tão linda! - sussurrou em meus lábios.

- São seus olhos, gata. - sorri.

- Te amo tanto. - suas palavras me arrebataram.

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