Capítulo 31

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Demorou um pouquinho.

Ayla

Aos poucos eu estava tentando colocar minha vida no lugar, uma vida que a tempos não se encontrava no eixo. Mesmo quando eu achava que estava tudo certo, estava tudo errado.

A única coisa que eu conseguia manter no seu devido lugar era minha carreira, uma das coisas da qual eu não abria mão de fazer o meu melhor.

Eu me entregava ao meu trabalho com a mesma intensidade que um dia eu me entreguei a Valentina. Mais de uma coisa eu tinha certeza, minha carreira jamais me diria que não me ama mais.

Minha profissão jamais morreria, isso eu tinha certeza. Já fazia horas que eu estava diante daqueles papéis.  Minha cabeça não parava de girar e eu não conseguia encontrar uma brecha se quer para poder ajudar no caso.

Joguei os papéis sob a mesa, eu precisava para de olhar para aquilo tudo e limpar minha mente para depois continuar.

Peguei meu celular, olhei que horas era. Já se passava das sete da noite e tinha muitas notificações. Minha irmã era a campeã em me mandar mensagem.

“Estou saindo do escritório,  vejo você em casa?” respondi a sua preocupação.

“Estamos aqui , eu e as meninas"

Sorri ao ler a mensagem, saber que eu não ia ficar sozinha encheu meu peito de alegria. De uns tempos para cá  tudo que eu não queria era ficar sozinha. O que era raro vindo da minha parte.

Já que eu adoro estar sozinha. Juntei os papéis em minha pasta, peguei minha bolsa e resolvi trabalhar em casa , depois de uma boa taça de vinho e um pouco de conversa, eu tinha certeza que minhas ideias iam clarear.

Desci no elevador e fui até meu carro. Esqueci de pegar as chaves, comecei a procurar e fui surpreendida por uma sombra muito perto. Me sobre saltei com o leve susto, mas não deixei  transparecer.

- Desculpa, eu não queria te assustar.

- Imagino que não  - fui sarcástica - Já que você está escondido nas sombras, Heitor.

- Eu realmente quero muito conversar com você. Só que não me dá nenhuma chance.

- Não acho que temos algo para conversar Heitor.  – Voltei minha atenção a bolsa e achei minhas chaves – Você fez o que fez e nada do que me disser vai mudar o que houve.

- Eu não matei ela! – ele falou com tristeza na voz.

- Eu sei! – Afirmei com pesar  - Sinto muito se te acusei de algo que não fez, mas existia um véu em meus olhos, hoje não mais.

- Que bom! – Ele abriu um meio sorriso – Será que poderia me dar a oportunidade de conversar?

- Não acho uma boa ideia, Heitor. 

- Por favor, Ayla! Sei que não mereço, mas preciso...

- Ok! – me dei por vencida. – Me segue?!

- Claro!

Entrei no meu carro e dirigi até o bar, próximo da firma onde eu trabalhava. Ele me seguiu até o lugar. Escolhi uma mesa perto de algumas pessoas, queria privacidade mas não muita.

Eu ainda tinha medo de ficar sozinha com ele. Nós sentamos e o garçom veio nos atender de pronto.

- Uma água com gás. – pedi.

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