Capitulo 35

544 54 7
                                        

Ayla

- Valentina!

- Oi... - ela falou com timidez - Eu sei que não deveria estar aqui, mas eu não aguento mais esperar.

Abri uma pequena fresta na porta e saí, sem deixar que ela visse dentro de casa.

- Não é uma boa hora, Valentina.

- Ayla, até quando você vai me ignorar. Quer dizer, eu sei que é tudo estranho, mas eu estou aqui. A culpa não é minha. - ela falava com doçura e eu sentia que meu coração ia sair pela boca - Você está me punindo por algo que de alguma forma não é minha total responsabilidade. - Senti a culpa me consumir.

- Valen... - Falei com suavidade e ela sorriu - Não é uma boa hora.

- Quando então?

- Eu... - Eu não sabia o que fazer.

- Ayla... - ela me chamou me fazendo olha-la.

- Eu preciso me desculpar com a Fantine, aí acho que estarei pronta pra conversar com você.

- Ok! - ela pareceu aceitar.

- Ok! - quando ela começou a caminhar, Alexandra gritou:

- Ayla! Aonde está as minhas roupas.

Valentina parou instantaneamente, me se virou e me encarou.

- Precisa falar com a Fantine antes, Hã?!?! - ela ironizou.

- Eu posso explicar.

- Não precisa, você não me deve nada Ayla.

Valentina colocou as mãos nos bolsos, encolheu os ombros e começou a caminhar para longe. Eu fiquei parada, completamente estática, não sabia o que fazer.

Abri a porta e entrei para dentro de casa.

- Olá! - Alexandra falou.

- Oi... - Respondi sem humor.

- Aconteceu alguma coisa? - ela pareceu realmente preocupada.

- Acho melhor você ir.

- Okay! - ela pareceu surpresa com a minha atitude.

Se vestiu em silêncio, pegou sua bolsa, caminhou até a porta, parou para me olhar e dizer:

- Nos vemos? - ela perguntou com receio.

- Quem sabe?! - dei de ombros, sem alimentar esperanças.

Ela se foi, eu me sentei no sofá com as mãos na cabeça totalmente desnorteada.

- Que merda eu estou fazendo?!

Fechei meus olhos com força, sentindo a necessidade de tomar uma atitude quanto a tudo que está acontecendo.

Primeira coisa, eu preciso do meu carro. Me levantei num salto, comecei a pegar as roupas e arrumar as bagunças da minha casa.

Depois de tudo organizado já se passava das três da tarde. Fui tomar um banho, era tempo o suficiente para o bar estar aberto e eu buscar meu carro.

Tinha outra coisa que estava me intrigando, quem foi me buscar? Quem me trouxe embora?

Eu estava decidida a deixar minhas babaquices de lado e começar a organizar a minha vida. Eu havia acabado de levar um tapa na cara, ver a Valentina chateada e as coisas que ela me disse, fazia todo sentido.

SentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora