Ayla
- Ayla? Você se machucou? – Alice perguntou
- O que você faz aqui? – Perguntei entre os dentes.
- Ayla! Você se machucou? – Fantine apareceu na minha frente, ficando entre eu e a Valentina.
Me forçando a olha-la, eu respondi:
- Eu não me machuquei, agora você pode me explicar o que ela esta fazendo aqui?
- Ayla, ela está aqui por você. – Fantine tentou explicar – Eu achei que seria bom vocês enfim conversarem.
- Você achou que seria bom?! – Ri com escárnio - Você a trouxe aqui? – Eu a encarava com fúria.
- Ayla, você precisa...
- Eu não preciso de nada! – Rugi.
- Ayla, se acalma, por favor?! – Alice pediu tentando remediar.
- Me acalmar?! – Dei dois passos para trás – Vocês armam uma papagaida dessas e depois vem pedir para eu me acalmar?
- Ayla, eu pensei que seria bom vocês duas enfim conversarem.
- Bom pra quem? Alguém me perguntou se eu queria? – fui me afastando – Vocês não tem o direito de decidir por mim.
Abri a porta e desci. Eu estava com tanta raiva que eu fui pelas escadas, cheguei no estacionamento como um vento. Entrei no carro e dei ré, eu tinha que sair dali o mais rápido possível.
Alinhei o carro em direção a saída, fechei os olhos por alguns segundos, tentando me recompor. Eu estava tremendo demais, quando eu abri novamente, lá estava ela. Parada na frente do meu carro e me encarando como se eu estivesse fazendo birra.
- Sai da minha frente. – falei.
Ela fez de conta que não era com ela e não se mexeu. Então abri a janela e gritei:
- Sai da minha frente!
- Desce. – ela falou com autoridade - Eu não vou sair daqui enquanto você não falar comigo.
- Sai da minha frente! – Falei mais uma vez e pisei no acelerador.
- Vai em frente. – Ela gritou – Eu já estou morta mesmo. Só torna real definitivamente. – ela me encarou e continuou parada no mesmo lugar.
Encostei no banco deixando meu corpo desistir. Meus ombros caírem e minhas forças se esvair.
- Você não pode culpar suas amigas por te querer bem. Você não pode agir daquele jeito só porque não quer falar comigo.
- Quem você pensa que é pra vir aqui e me dizer o que eu posso ou não?
- Não sou ninguém – ela falou baixinho – pelo visto sou seu tormento e seu fantasma. Não sou alguém que te faz bem, mais não é justo você tratar a Fantine do jeito que você fez a pouco. Desce Ayla precisamos conversar.
- Se você tem um pouco de respeito por mim, vai sair da minha frente e deixar eu ir embora.
- Ok! – seu tom era triste, ela deu um passo para o lado – Mas eu vou estar aqui, pra na hora que você estiver pronta possamos conversar.
Eu só balancei a cabeça e partir, mas me despedi mentalmente ao olha-la pelo retrovisor.

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Sentimentos
RomanceEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...