Ayla
Quando entrei no quarto e vi aquela cena, meu coração se encheu de alegria. A visão daquela linda mulher esparramada em minha cama, me fez apaixonar ainda mais. Sem contar que me tirava totalmente o medo de não vê-la ao entrar em minha casa.
No fundo eu estava morrendo de medo de chegar em casa e não encontrar a Valentina, ela tinha seus motivos para ir embora e não querer fala comigo. Não tinha olhado por outra perspectiva até ela me dizer o quanto eu estava sendo ingênua em perdoar o Heitor e ter resistido com tanta força em aceitá-la em minha só pelo simples fato que ela havia seguido em frente.
Até porque Valentina não sabia da sua suposta morte, o que acarretava ainda mais esse vagão de emoções em nossa vidas.
Me aproximei um pouco mais para ter uma visão mais ampla, lógico eu não queria acordá-la, mas era um momento único. Nunca nos últimos anos eu poderia imaginar que teria o privilégio em tê-la em meu campo de visão sã e salva. Minha aproximação fez com que ela se remexesse, mas não acordou, assim pude ver que espalhado ao seu lado todas as minhas lembranças, tudo que eu tinha guardado ao longo desses anos.
Tudo que eu tinha palpável sobre ela, eu havia guardado. A caixinha espelhada que eu havia mandado fazer exatamente para guardar essas recordações estava em seus braços, parecia querer proteger de algum mal.
A olhei por mais um tempo e contra a minha vontade e em total relutância fui para a cozinha preparar algo para comermos. Minha barriga já dava sinal de vida e eu imagino que a de Valentina também. Estávamos acordadas a algum tempo e passando por fortes provações, entre Heitor e minha aceitação de que não podia mais viver sem ela. Quer dizer não tinha mais sentido algum resistir.
Quem em sã consciência iria continuar a fugir de um amor que implorou tanto para ter de volta.
Preparei um prato simples, algo que me lembrava que ela gostava e eu também, strogonofe de frango, arroz e feijão. Uma salada para acompanhar.
Postei a mesa e fui até o quarto para chamá-la. Quando adentrei cômodo ela já estava acordada.
- Senti o cheiro – ela sorriu.
- Eu vim aqui para te acordar e dizer que já estava pronto. - sorri de volta – Vamos comer?
- Vou só recolher suas coisas... Espero que não tenha ficado brava por ter mexido, é que eu estava procurando uma roupa e encontrei essa linda caixinha, não consegui controlar minha curiosidade.
- Não fiquei. E não tem nada ai que você já não tenha conhecimento. Quer dizer é tudo sobre você e sobre nós, isso foi algo que me apeguei por muito tempo. Quando já não tinha mais em que me segurar, suas lembranças era tudo que me mantinha consciente.
- Sinto muito por ter passado por tudo isso.
- Está tudo bem, você está aqui agora, podemos partir desse principio. Posso lhe dar com isso, se você também puder.
- Claro que posso – ela se aproximou e enlaçou meu pescoço – Com algumas condições é claro...
- Vamos conversar, mas podemos fazer isso enquanto comemos? - selei nossos lábios.
- Claro!!
Seguimos até a sala de jantar e nos sentamos, servimos-nos em silêncio e começamos a comer apenas com uma conversa com os olhos.
- E como esta? - me referi ao prato.
- Você está me surpreendendo cada vez mais. Não sabia que cozinhava tão bem, sendo você uma mulher de negócios como venho percebendo.

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Sentimentos
RomanceEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...