Ayla
Estava um silêncio, minha irmã estava quieta demais. Não era normal, nenhum um pouco já que a minha irmãzinha querida era um furacão e não parava um só minuto.
Valentina ainda dormia, depois de tanto chorar, se culpa, se odiar e odiar os outros e depois se culpar de novo. Ela se deu por vencida e deixou que o sono a acolhesse para um descanso mental.
Agora eu não conseguia pregar o olho, eu sentia uma sensação estranha que não me deixava. Já fazia que um tempo que mal pressentimento me incomodava, mais eu não sabia o que era já que tudo estava bem a minha volta.
Tirando o fato de que a vida da Valen estava de ponta cabeça, o resto estava em ordem.
Cansada de ficar deitada olhando para o teto, resolvi descer para ver o que a Anya estava aprontando. Fazia pelo menos uns cinco minutos que eu não escutava um barulho se quer vir da terrorista que habitava minha casa.
- Anya! – chamei-a do topo da escada.
Sem respostas desci correndo e no último degrau trombei com um corpo forte.
Cambaleei para trás me segurei no corrimão para não cair.
- O que você está fazendo aqui? – eu perguntei sem entender o que o Heitor estava fazendo dentro de casa – Cadê a minha irmã? – eu tentei passar e ele me segurou. – Me solta! – falei mais alto.
- Não grita ou eu juro por Deus que eu vou te machucar demais. – Vi um sorriso diabólico surgir em seus lábios.
- Cadê minha irmã, Heitor! – perguntei entre os dentes.
- Ela vai ficar bem se você não bancar a espertinha. – eu o empurrei e corri até a sala.
Ela não estava lá, eu não há via em lugar nenhum. O que ele tinha feito com ela? Sentia o medo crescer dentro de mim.
- O que você fez com ela? – me virei de frente para ele. E lá estava o mesmo sorriso, senti um frio percorrer minha espinha e aquela sensação ruim apertar a boca do meu estômago.
- Ela está bem! – ele disse com naturalidade – Mas tudo pode mudar se você não me obedecer.
- O que deu em você!! – falei mais alto partindo para cima dele.
- Não, não, não... – ele levantou a arma que esteve na sua mão o tempo todo, mas só agora eu vi.
O medo me fez recuar.
- Eu só quero conversar... – ele disse calmamente – Mais o tempo todo você se esquiva de mim, sendo que a única coisa que eu quero e ter uma conversa civilizada com você. – Ele se aproximou.
- Heitor... Ok, vamos conversar! – me dei por vencida.
O medo dele fazer alguma loucura era eminente, eu sentia um pavor irracional e a preocupação com a minha irmã me deixava ainda mais cautelosa. Eu jamais me perdoaria se algo de ruim acontecesse a ela.
- Eu só quero que você saiba que estou fazendo tudo isso por que eu te amo, e depois da gente conversa eu tenho certeza que você irá voltar pra mim. Porque não há razão e nem sentindo continuarmos separados, somos um casal perfeito, nós fomos feitos um para o outro.
- Heitor, você está se ouvindo? – eu perguntei – Você me bateu! – eu anunciei.
- Aquilo foi um acidente...
- Um acidente? – perguntei incrédula – Eu escorreguei e bati meu rosto na sua mão? É isso mesmo que eu estou entendendo? – Caprichei no sarcasmo.

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Sentimentos
RomanceEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...