Valentina
Um pouco mais tarde, vi a porta do meu quarto se abrir. Uma fresta de luz invadiu o ambiente e eu me encolhi debaixo do edredom.
Senti um frio percorrer meu corpo e um misto de sentimento bagunçar a ordem.
Lorena entrou devagarinho, parecia se esforçar para não fazer nenhum barulhinho. Ela não queria me incomodar.
Lentamente ela fechou a porta e se sentou na cama ao meu lado. Eu estava com a cabeça coberta, apenas uma fresta me dava visão do que acontecia ao redor, a luz que vinha da janela me dando a possibilidade de enxergar perfeitamente seus movimentos.
Com habilidade, ela prendeu o cabelo fazendo um coque frouxo, pegou a bainha da camiseta e puxou a peça por cima da cabeça.
Jogou-a sob a cama, deu dois passos para o lado. Soltou o botão que prendia sua calça e deslizou a peça para fora do seu corpo. Cada movimento, cada ação que ela tomava parecia ser feito em câmera lenta, o que deixava minha respiração mais pesada.
Eu me sentia ofegante e nem estava fazendo nenhuma atividade física. Meu coração batia tão rápido que parecia que iria rasgar minha carne e sair do peito. Me mexi na cama incomodada com a sensação que aquela cena estava me causando.
Fechei os olhos com força e tentei tirar aquela imagem da minha cabeça, sua silhueta brincando com a minha sanidade.
‘ porque eu estou assim?’
Me mexi uma vez mais.
Me sentindo ainda mais incomodada por sentir meu sexo pulsar de forma dolorosa.
- Valentina?! – ela me chamou baixinho. Parecia querer ter certeza se eu estava mesmo dormindo.
Não respondi, eu não queria que ela percebesse que eu estava me sentindo estranhamente atraída por ela.
O medo da minha voz falhar era grande, então não respondi. Apenas me levantei e sai do quarto o mais rápido que minha pernas conseguiram andar.
Fui até o lado de fora da casa e ao ar livre deixei meus pulmões enfim respirar.
Um respiro aliviado por enfim sentir o ar tomar conta do órgão em questão. Fechei os olhos com força e deixei que ar me invadisse uma vez mais.
- O que está acontecendo comigo? – falei em voz alta.
Eu pensei estar sozinha.
- Está tudo bem Valentina? – eu não olhei, mais pude sentir que ela estava mais perto do que eu queria.
- Eu... É... – me afastei e fiquei de frente pra ela.
Nunca tinha me sentido tão vulnerável do que eu estava me sentindo nesse exato momento.
Olhei para ela e vi que estava enrolado no meu roupão.
- Acho melhor você entrar, está muito frio aqui fora. – foi o que consegui formular depois de ficar sem palavras.
- Eu estou bem! – ela me respondeu com firmeza. – Agora você não me respondeu, você está bem? – ela falava firme.
- Sim! – foi tudo que eu consegui dizer.
Ela me olhou um pouco desconfiada.
- Então vou me deitar.
- Ok! – me tornei monossilábica.
- Qualquer coisa, por favor! Me chame.
- Ok! – ela saiu.
Mais antes de entrar em definitivo me olhou por cima do ombro e deu um sorriso de canto. Fazendo uma imagem surgir.
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Sentimentos
RomansaEstava ali, na minha frente o tempo todo. Eu não consegui enxergar, tive que perder para entender, não sei. Ela estava ali, eu Ayla nunca soube o que fazer. Agora eu Valentina já havia decidido que o fim era a solução. Agora estamos em um empasse qu...