Sentimentos

FINAL

Ayla

Surto total, de todas as maneiras eu tentei que eles fossem embora antes que a policia chegasse. Quando Anya me ligou ela já sabia que as palavras "tudo bem" e "não precisa" era a maneira que encontrei para passar meu pedido de socorro.

- Eu confiei em você. - ele me disse entre os dentes.

Foram suas palavras proferidas no ódio, mas nada mais importava. Nem sua fúria e nem meus planos, apenas a paz que se fazia sentir.

Luz!

De encontro a claridade que transbordava boas energias, inspirava coisas boas. Tudo que eu e minha esposa desejamos amor e paz.

Nosso amor em plena paz e alegria que ninguém mais poderia nos incomodar.

- Está pronta? - Valentina me peguntou com a mão direita estendida.

- Eu acho que sim. - eu sentia que era o caminha certo a seguir, mas o sentimento que eu estava falhando ainda era grande. - Será que eles ficaram bem? - eu tinha dúvida.

- Acho que vai doer no começo. - Valentina sentou no chão e me convidou a sentar a sua frente – Mas eles entenderam que essa guerra nos ganhamos de maneira diferente.

- Eu não quero deixa-los. - me sentei a sua frente e senti a relutância em meu peito.

- Sei que não é fácil, Ayla. Mas hoje você terá que escolher. Eu ou eles.

- Isso é tão injusto.

- Eu sei, logo agora que tudo parecia estar exatamente em seu lugar, eu serei tia – Valentina sorriu com graciosidade – Acho que terei que acompanhar de longe. - ela deixou uma lágrima escorrer em seu rosto.

- Podemos voltar. - me levantei e olhei para direção contrária.

- Não pra mim Ayla, eu não tenho mais como voltar, sinto que esse é meu fim.

- NÃO! - Me desesperei – Não pode ser. - me agachei a sua frente, colei meus lábios nos seus e senti o gosto salgado de suas lágrimas.

- Sim, bebê... Não tenho mais forças para voltar.

- Eu não vou conseguir sem você.

- Eu poderia dizer pra vir comigo mais uma vez, mas agora eu consigo enxergar o quanto estou sendo egoísta, você tem uma chance e pessoas que te amam esperando seu retorno. Mas eu já tive o que sempre sonhei, o que eu pedi ao Pai ele me deu.

- O que? - perguntei com lágrimas.

- Eu pedi a chance de te amar mais uma vez, Ayla. E Ele me deu. Eu pedi a chance de ser feliz ao seu lado e eu fui. Não me parece justo pedir mais nada, porque enquanto eu estive ao seu lado, eu fui a mulher mais feliz do mundo.

- Não é justo, Valen. Nós ainda temos muita coisa para viver, temos planos.

- Eu tenho tanta sorte de te ter na minha vida mais uma vez. Poder sonhar e planejar, poder te amar e sonhar mais uma vez. Não tem preço tudo que vivemos. Eu estou muito feliz, Ayla e tudo bem se não puder vir comigo. Eu fui muito feliz com você. Eu não pediria a Deus nada mais do que ele me deu.

- Seu Deus é injusto. - cometi injúria e me pus de pé – Ele não tem o direito de acabar com tudo dessa forma. - meus olhos ardiam pelas lágrimas que eu tentava conter.

- Não seja amarga, Ayla. Apenas agradeço por ter tido momentos maravilhosos ao seu lado, eu pude me casar com você. - Valentina se levantou e se postou a minha frente, enlaçou minha cintura – Eu estou feliz – eu balançava a cabeça em negação, eu não podia aceitar tão facilmente – Olha pra mim! – Ela me pediu e eu o fiz - Eu te amo mais que eu sou capaz de mensurar, não existe palavras no mundo que poderá descrever o quanto eu te amo. Eu te amo desde o primeiro dia em que eu te vi, eu sempre te amei. Só demorei tempo demais pra te dizer, meu único arrependimento foi não ter te contado sobre meus sentimentos assim que eu os descobri. Se eu pudesse voltar no tempo a única coisa que eu mudaria seria isso, porque cada riso ao seu lado e cada lágrima foi especial, eu guardo cada momento aqui – ela apontou para o próprio peito – Eu te amo, bebê. - sua mão acariciava meu rosto.