Capítulo 8

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Ayla

- Se esconder aqui é o melhor que você conseguiu? – Fantine apareceu e se sentou a minha frente.

- Xiu...

- Vem vamos sair daqui e voltar para o mundo real.

- Eu estou no mundo real – revirei os olhos.

- Não, amiga. Você entrou no guarda roupa e está vivendo em Nárnia. Agora venha.

Ela me puxou para fora da biblioteca, com os braços entre laçados começamos a caminhar pelos corredores.

- Soube que você e a Valentina terminaram.

- Oi?! – perguntei espantada.

Ela gargalhou da minha cara e me abraçou de um jeito fofo.

- Você entendeu o que eu quis dizer. Ela não tocou no assunto, mais é notável que depois que vocês duas se desentenderam no acampamento as coisas não seriam mais as mesmas.

- Eu não consigo – Olhei para Fantine tomando coragem para falar – Não sei olhar para ela sem sentir nada. Nem imagino como se faz isso.

- Ela também não parece legal.

- Tenho certeza que logo ela estará bem. Agora a Valentina tem tudo que sonhou, os irmãos por perto, seus pais a amando e um namorado perfeito.

- Ela não tem você. – Fantin falou com carinho.

- Ela não precisa de mim, Fantine. Valentina já tem tudo o que precisa. – Constatei.

- Vamos sentar com eles? – ela apontou com o queixo na direção do pessoal.

- Para que? Nenhum deles veio falar comigo depois do que houve, Fantine. Eu sei que eu peguei pesado com a Valentina quando disse aquelas coisas. Tudo bem, eu aceito a punição. Mas ninguém veio falar comigo, nenhuma mensagem, nada. É como se eles tivessem escolhido um lado...

- Eles só não sabem o que dizer, Ayla. Foi tudo muito pesado para nos também.

- Engraçado, como você soube o que me dizer? Como você conseguiu chegar até mim e conversar numa boa? – Questionei – Simples, Fantine. Eles a escolheram e eu não os julgo. Eu também escolheria.

- Não se auto deprecie desse jeito. Eles vão perceber o quanto você faz falta ali.

- É... Tomara que não seja tarde.

O sinal tocou e fomos para as salas de aula, me sentei, abri minha apostila e peguei meu caderno. Heitor sentou a minha frente como de costume, mais não dei atenção.

Era o que eu fazia ultimamente, eu ignorava. O professor entrou e começou a explicar a matéria. Eu prestava bastante a atenção, estudar ajudava a me distrair.

- Agora pessoal, eu quero que vocês façam um trabalho sobre o que eu acabei de explicar. Será apresentado aqui na frente, para nota devo lembrar – ele rabiscou na lousa – Mais vai ficar bom – ele riu – Será em dupla.

- Boa professor!! – a galera comemorou.

- Mais tem um detalhe, nos vamos sortear as duplas. Pra coisa ficar mais justas e separar as panelinhas, ok?

O pessoal murchou assim que ele acabou de dizer. Mais o professor não ligou, colocou os nomes em uma caixa e começou a sortear.

- Tomara que eu caia com você. – Heitor torceu para cairmos juntos.

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