01_filhote de Bolsonaro

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Anna

- Anna, preguiça é mãe do cão e você vai acabar perdendo esse voo. - falou minha mãe brava por ter me acordado e eu estar 30 minutos parada, olhando pro nada.

- Cão? O que um cachorro tem a ver com o voo?

Minha mãe vem do interior de alguma cidade do Nordeste, então metade do que ela fala não faço idéia do que seja, já que moramos no Sul desde que eu era pequena.

- Eu tô me referindo ao dhabo. - fez um esforço para pronunciar a palavra "dhabo" e eu ri. - vai se arrumar logo.

- Que horas são?

- O6:00. - respondeu com um sorriso fraco no rosto.

- não acredito mãe, meu voo é só às 08:30. - Olhei para ela incrédula. Minha mãe tem uma mania de me apressar para tudo que eu faço, como também sou ansiosa, não ligo muito.

- Mas eu quero aproveitar o tempo que você ainda tem aqui. - disse baixando a cabeça.

Ela sempre ficava triste quando eu precisava viajar, e como dessa vez eu ia passar muito tempo longe, ela estava mais triste que nunca. Eu não era muito de sair, então era bastante apegada a ela.

Ela não era daquelas mães controladoras que não me deixava sair, eu que era meio anti-social.

- Deixa de drama mãe, venho te ver nas férias. - me levantei da cama e fui até meu guarda-roupa, retirando uma toalha de lá. - O vini tá aí pra te fazer companhia. - Vini é meu irmão mais velho, um cachorro desnutrido.

- Não é a mesma coisa, com quem eu vou dividir as fofocas? - me olhou com cara de cachorrinho abandonado. Eu realmente vou sentir falta das fofocas.

- Mãe para com isso, eu posso muito bem te ligar. - declarei saindo do quarto, fazendo ela me seguir.

Parei de andar, e me virei para a mesma, dando-lhe um abraço apertado.

- Também vou morrer de saudades, mãe. - uma lágrima escapou de seus olhos e a apertei ainda mais em meus braços.

- Só pra você ficar sabendo o babado da semana antes de ir, a Lizandra deu uma facada no marido dela, aquele filho de uma égua da cabeça deformada, Deus me perdoe mas aquela cabeça parece meu priquito depois de parir vocês...

- Mãe! - olhei para ela boquiaberta. - Ele morreu?

- Tá na UTI. - Deu de ombros.

Antes de julgarem minha mãe, o marido da Lizandra violentou a filha dela de 5 anos.

- Espero que ele esteja bem, mas seja o que Deus quiser. - disse minha mãe tentando esconder a raiva.

Eu pensei maldade, espero que Deus me perdoe.

- Te ver perder o voo não seria tão ruim. - murmurou agora com uma expressão meio triste, eu sei o por quê dessa tristeza, por que ela não vive sem mim e agora vai ter que aprender.

Dei um beijo na testa dela e me virei indo em direção a sala.

- essa filha do pennywise ainda não viajou? - falou o meu irmão enquanto assistia tv largado no sofá, tinha a cara amassada e um sorriso no rosto. Ele era bonitinho, mas isso a gente não fala pra ele.

- Cala a boca, filhote de Bolsonaro.

- Mãe, tá me chamando de filhote de Bolsonaro, eu vou dar um chute na cara dela.

- Você é mesmo, você é um filhote de Bolsonaro.

- Cala a boca rato, capivara que se perdeu nos mundos das drogas, arrombad...

Dei um tapa forte em sua cabeça.

- filha da... - olhou pra minha mãe que encarava ele. - mãe.

- Eu queria que você completasse. - disse minha mãe sarcástica baixando o chinelo que atiraria na cabeça do meu irmão e logo começou a se aproximar dele. - Vini, você sabia que a Lizandra...

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Vou ficar triste se desistirem de mim agora.

Deixem seus votos e comentários, me motiva bastante.

Obs:cap curto pra aquecer, pq fica chato chegar com uma bíblia no Cap 1 sem vcs nem conhecerem os personagens

AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora