05_Portão fechado

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Anna

- Tá, eu vou com você - abri um sorriso tentando parecer o mais normal possível, eu não costumava ir em festas mas preciso socializar.

- Vou subir e tirar essa merda de uniforme - levantou do sofá e em seguida subiu ás escadas.

- Com licença, o almoço já está pronto. - Falou uma senhora com aparentemente quarenta anos, ela estava com um uniforme.

Agora eu morro de preguiça.

- Oi. - Fui até ela e a abracei.

- Oi. - Ela retribuiu o abraço e eu sorri, em seguida sentei na mesa. - Não te vi ontem moça.

- Precisei sair no meio do expediente. - Eu assenti.

Depois disso começamos uma conversa, para mim é mais fácil fazer amizade com pessoas mais velhas do que com pessoas novas, elas são mais legais, te dão conselhos e doces.

Meus primos se juntaram a mesa.

Depois do almoço, fomos para a sala assistir algo, ficamos em dúvida do que ver e acabamos vendo filmes de romance por indicação minha e de Mari. Nós já assistimos simplesmente acontece. A Mari chorou, eu já assisti tantas vezes que até já decorei o discurso que ela fala no final.

O Marcos disse que estava gostando e queria ver mais, então coloquei um filme para fuder com o psicólogo dele, assim como fudeu com o meu.

Como eu era antes de você.

Quando terminamos de ver o filme, a Mari já chorava absurdamente.

- Por que ele tinha que morrer? - vi uma lágrima escapar do olho de Marcos e eu ri. - Tinha que haver uma solução. - Disse o garoto aparentando estar triste. Eles são sentimentais até demais.

- Nem tudo na vida tem uma solução Marcos, as vezes só é pra ser e não tem como evitar.

- É né. - sorriu. - mas eu nunca vou superar.

- É, nem eu. - murmurei.

- A gente tem que assistir mais. - disse Mari limpando o rosto com um lenço encharcado.

- Melhor não, você já chorou muito por hoje. - disse levantando do sofá.

- Depois quero que você me indique mais filmes assim, destruidores de coração.

- Para você encher uma piscina de lágrimas? - Disse e ela revirou os olhos. - Se duvidar, sai lágrima até do...

- Para com isso, você só não chora porquê já viu varias vezes. - ela estava certa.

- Marcos, acho que um dia vou te apresentar uma amiga. - Marcos olhou pra sua irmã e os dois gargalharam. - Que foi? - eles gargalharam novamente.

A Mari fez o movimento com a mão.

O QUÊ?

Eu arregalei os olhos pro Marcos.

- Eu juro que não percebi, me desculpa.

- Ninguém percebe. - riu. - eu não sou tão afeminado, e as pessoas acham que só existem gays assim.

- Você é. - assegurei, sorrindo e ele ficou confuso.

Se fosse brasileiro entenderia.

- Sou!? - eu assenti sorrindo.

Ele é.

- Me conta como se descobriu. Por favor, se não for incômodo, claro.

- Então... - Sorriu confuso. - Quando eu assistia Barbie com a Mari, eu só me interessava pelo Ken mas resolvi ignorar essa parte. - eu entendi um pouco, mas eu dava atenção para os dois, tinha crush nos dois.

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