Azul

34_Não vou sair com você.

Anna

Eu acho que esse garoto tá me deixando maluca.

Me joguei na cama. Eu tô muito estranha, talvez ele tenha me drogado.

Ninguém me liga. Será que esqueceram de mim? Odeio ficar no tédio.

Saí do quarto e desci as escadas, vendo Marcos e Mari tomando café.

- Nem te vi mais depois que a gente chegou na festa? Curtiu? - perguntou Mari.

- Muito. - não queria falar que quase fui violentada e dei um soco no cara e derramei um balde de bebida em uma garota e dormi com o Gabriel e... isso é tão constrangedor para mim. Ah, merda, também quebrei o salto dela.

- Senta, seu café da manhã vai esfriar. - disse Marcos com um sorriso. Ele sempre está sorrindo pra mim.

Eu sentei na mesa e comecei a comer.

- Esqueci de te dizer que eu, Lucca, Gusta e esse encoste aqui... - Disse apontando pra Mari. - vamos dar uma volta hoje e o irmão do Lucca quer te conhecer. - disse animado. Não sabia que o melhor amigo do Marcos era o Gusta.

Parece que todas essas pessoas tem alguma conexão.

- Quem é o irmão do Lucca?

- Jhony, ele estuda com você. - sentei no sofá.

O que merda esses caras viram em mim?

Eu conheço esse Jhony, já vi ele no pátio com o Gabriel e o Gabriel falou dele ontem a noite.

- Dependendo do horário, talvez eu vá. - ele assentiu. - O que vamos ver? por quê não procuraram nada?

- A rainha dos filmes aqui é você. - confessou Mari e eu sorri convencida.

- Anos de prática. - pisquei para Mari e ela riu.

- Coloca um aí, sem que no final me deixe com depressão. - Disse Marcos. Os filmes que não tem depressão tem umas partes nada educacionais.

- Se não for depressivo, eu não sei, só sei alguns que não dar pra assistir aqui. - eles gargalharam.

- Tudo bem vamos assistir dançarina imperfeita. - falou Mari e colocou no filme.

Com eles, até filme de terror virava comédia.

Depois de um tempo terminamos de ver o filme.

- A menina não sabia nada da dança, o garoto chegou e ela começou a dançar direitinho, só em filme mesmo. - falou Marcos e eu ri. Eu realmente pensei naquilo também.

(...)

Eu amo ficar sozinha, o que as pessoas chamam de solidão, eu chamo de paz.

Passei horas, jogada na cama, mexendo no celular e me virei pra ver as horas.

18:32.

Caralho, esqueci que tinha marcado de sair com o Gabriel, daqui a pouco vou me arrumar. olhei para a porta e do lado estava um skate.

Ele esqueceu o skate aqui ontem e agora vou fazer o que qualquer pessoa faria.

Tentar andar.

Peguei o skate e coloquei ele no chão, apoiei um pé quando ia colocar o outro quase escorreguei e não consegui colocar, quando tentei colocar o pé de novo e me equilibrar de alguma forma...

- Não devia tentar assim. - foi o que ouvi antes de escorregar e cair no chão.

Esse garoto só aparece na hora errada.

- Mas que merda você tá fazendo aqui seu idiota? Eu tenho porta e a gente não ta em alguma porra clichê pra você ficar entrando pela minha janela. - falei estirada no chão morrendo de dor.

- Achei que você iria se sentir desconfortável se eu entrasse pela porta.

- Mas que porra, me desculpa, não quis que você pensasse isso. - falei sem forças pra levantar e eu nem sequer olhei para ele.

- Não é por quê a gente é amigo que você pode quebrar meu skate dessa forma.

- Eu só tava tentando andar. - me levantei vendo ele com o cabelo molhado todo bagunçado, acredito que acabou de sair do banho. Usava
uma camisa social desabotoada e uma gravata. Também usava um bermuda.

Ok, parece que eu vou cair de novo, por quê a minha pressão tá lá em baixo.

- Caralho, vou ter que admitir que você tá uma delícia em, eu comia. - Falei enquanto massagiava minhas costas e ele gargalhou. Ele tá lindo pra caralho mesmo com esse look nada a ver.

- Nesse caso a gente vai trocar os papéis.

- O que merda você tá fazendo de gravata e bermuda? É um passeio, a gente não vai casar na praia não.

- É uma ocasião importante. - eu gargalhei.

- Qual?

- Não vou sair com você.

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Nada a dizer...