Azul

27_banheiro.

- Vamos cinderela?

- Vamos barbie. - ela sorriu. A Mari estava muito linda, com um vestido preto justo. - Espera lá fora. - ela saiu do meu quarto e eu fui procurar minha bolsa.

Melhor eu tirar essa dúvida logo.

Vasculhei minha bolsa inteira e no bolsinho de lado, vi um papel.

Espero que seja esse.

"Eu vi o que você tava fazendo quando cheguei na sala de dispensa e desculpa, talvez eu seja um babaca com você hoje, só quero roubar sua atenção de alguma forma, para não te ver chorar. Não se preocupa, isso vai ficar apenas entre nós. Não sei por quê estava chorando mas sei que não era por fraqueza, por quê você é forte e eu vi isso no seu olhar."

Entrei em choque.

Eu quero ele, Deus.

Faz essa vontade parar.

Odeio minha vida.

A gente não demorou muito, ainda eram umas oito e meia. O Marcos já tinha ido na frente com o Lucca.

A gente desceu ás escadas e abriu a porta, o namorado da Mari tava esperando ela parado na frente do carro.

Não acredito que a gente vai com eles.

- Cadê o Gabriel? - Mari perguntou. Ainda bem que ela perguntou.

- Foi na frente com alguns amigos. - falou o Gustavo.

Mas é lógico que o gostosão não perderia.

Essa é mais uma oportunidade para pegar garotas.

Eles entraram no carro e eu entrei sentando no banco de trás sozinha.

Que solitário, eu gosto disso.

Se bem que se o Gabriel tivesse aqui seria melhor.

Qual é? É a verdade, ele é divertido.

Fiquei olhando a vista pela janela me imaginando em um clipe até que o Gustavo parou o carro.

Era uma mansão, que os adolescentes tinham tranformado em uma balada.

A gente saiu do carro e eu fiquei tímida. Só não tropecei por quê o salto não era tão alto.

Entramos eu, Mari e Gustavo.

Assim que entramos, eu corei quando vi várias pessoas olhando fixamente pra mim. Eu desaprendi até como andava.

Olhei ao redor daquilo e como se fosse de lei encontrei ele olhando pra mim.

Gabriel

Tropecei e quase cai, mas ele não deu risada e apenas abriu um sorriso de canto parecendo admirar o fato de que eu quase cai e eu retribui o sorriso.

Que vergonha.

- Oi, você veio. - Rosy veio ao meu encontro e me abraçou. Que sorte que ela está aqui. - Você está deslumbrante. - falou e eu sorri. Olhei novamente para o Gabriel.

Ele tava maravilhoso como sempre. Não prestei muita atenção na sua roupa mas sua blusa era preta e ficaria bem melhor em mim.

Parei.

Alguns amigos falavam com ele mas ele pouco se importava e não tirava seus olhos de mim. Eu já estava me sentindo encurralada.

Uma menina se aproximou dele e olhou para o mesmo e rapidamente se virou para mim. Era a mesma menina que saiu da casa dele e a que esbarrou em mim, ela estava com uma blusa curta e um short muito curto, estava bonita, mas me olhava feio, pena que não vou poder retribuir por quê minha cara é linda.

Eu parei de olhar para eles e olhei para Rosy.

- Rosy você está maravilhosa. - Rosy sorriu. Ela usava um vestido vermelho, ela estava muito linda mesmo.

- Vem, vou te levar lá pra cima, lá está mais calmo. - falou puxando meu pulso e eu suspirei aliviada. Odeio sons altos, odeio festas.

Nós subimos ás escadas e tinham alguns adolescentes brincando de verdade ou consequência.

- Chegou mais garotas. - um garoto falou.

Merda

- Vamos brincar? - perguntou Rosy. Já que eu não tava fazendo nada...

- Vamos sim. - falei e a gente sentou na roda.

giraram a garrafa e caiu em uma menina e desafiaram ela a tirar a blusa e ficar apenas de sutiã. E advinha...Ela tirou.

É evidente que eles tão jogando apenas para beijar, não vi nenhuma consequência que não seja beijo ou tirar peças de roupa.

Algumas pessoas estavam bêbadas, outras estavam sem alguma peça de roupa e eu só conseguia me perguntar o que merda estou fazendo aqui.

Eu sinceramente preferiria ter ficado em casa.

- Rosy, verdade ou consequência. - perguntou um menino.

- Consequência. - falou Rosy.

- Eu te desafio a me beijar. - o garoto falou e os outros gritaram. A Rosy sorriu e beijou o garoto.

Ainda bem que a garrafa não parava em mim.

Eu já beijei várias vezes, mas quase todas foram horríveis.

Talvez eu seja do tipo de pessoa que precise amar para beijar.

Quando beijo, por beijar, é simplismente constrangedor. Mas faço isso às vezes apenas para não parecer uma garota estranha, mas não sinto nada de todo jeito.

Guardo 2 beijos na memória.

O meu primeiro beijo. Foi na praia com um garoto que eu nem conhecia, ele era branquelo e tava sem um dente, a gente brincou e no fim da tarde nos beijamos, por um motivo, mas não lembro o motivo.

Lembro apenas que trocamos de colar.

Tudo bem se acharem que sou a pessoa mais clichê do mundo, mas guardo o colar até hoje.

É incrível como eu não lembro o que fiz ontem mas me lembro de cada detalhe do meu primeiro beijo.

O segundo beijo, também foi muito importante para mim. Eu e uma amiga nos beijamos. lembro que foi muito bom e me fez descobri que também sinto atração por mulheres.

Me apaixonei por algumas pessoas, mas não deu em nada, elas apenas quebraram meu coração, a sensação é horrível então comecei a me apaixonar por personagens fictícios, por que eles nunca me decepcionariam.

Depois de um tempo, não fiquei com mais ninguém, por escolha minha e por quê não tenho paciência.

Quando falo que minha vida é sem graça, ninguém acredita.

Ainda bem que os livros me proporcionam viver mais de 1.000 vidas.

- Ei garota, a garrafa parou em você, verdade ou consequência? - perguntou um garoto.

Fudeo lek.

- Consequência. - falei sentindo meu coração acelerar.

- Desafio você beijar a Rosy. - Rosy deu de ombros e eu fui ao seu encontro e a beijei.

Eu acho que não fui tão mal, não foi tão ruim.

Fiquei sentada esperando algo interessante acontecer, mas nada aconteceu.

- Rosy eu só vou no banheiro e já volto.

Sai da sala e fui ao banheiro, talvez eu fique no banheiro até a Mari resolver ir embora.

Me olhei no espelho da pia e eu realmente estava bonitinha.

A porta se abriu e fechou revelando o Gabriel.

Minha pressão caiu na hora.

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