21_casal

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- Olha, eu não sei por que eu fiz isso, mas sim, te trouxe pra conhecer meus avós e agora eu tô arrependido por que eu mal te conheço e eles são as pessoas que eu mais amo. Eu nunca apresentei nem um amigo pra eles. - Ele se expressa com tanta facilidade, eu não conseguiria.

- Só amigas?

- não, você não entende que eles são especiais pra mim? Eu não quero apresentar qualquer um pra eles, isso é praticamente um pecado. A memória deles precisam guardar pessoas espaciais, pra mim e pra eles.

- Eu te entendo, a gente pode ir embora. - revirei os olhos.

- Mas o Pierre foi comer.

- Você que mandou ele ir, animal. - dei  um tapa na cabeça dele e ele me olhou com os olhos semicerrados por conta do sol.

Pelo amor de Deus, ele é uma obra de arte  no sol.

- Para de me bater, eu fico com tesão. - riu.

- Que bizarro, você tem fetiche em apanhar? Imaginei. - falei rindo e dando vários tapas nele.

- Não, só quando é você que bate. - disse agarrando meu braço e me forçando a olhar pra ele.

- a gente vai ficar torrando no sol? - disse cortando o clima — se é que existiu — e ele suspirou.

- Vamos entrar, essa vai ser a maior merda que vou fazer. Lembre-se de educação, gentileza, não quero que eles fiquem aborrecidos.

- Eu tenho educação idiota.

- Acabou de me chamar de idiota, lá dentro você tem que me tratar bem. - sorriu e apertou a campainha.

- E eu não te trato bem aqui fora?

- Quer que eu responda?

- Oi, quem deseja entrar? - uma voz saiu de algum lugar.

- Fala que é o Biel - disse e eu gargalhei.

- Biel?

- Cala a boca.

Um portão gigante se abriu e a gente entrou.

Tinha um tapete vermelho guiando até a porta da casa, do lado havia uma piscina grande e várias outras coisas luxuosas.

Chegamos até a porta e uma senhora um tanto baixinha abriu.

A ironia é que a porta era gigante.

- Olha se não é o amor da minha vida. - falou o Gabriel abraçando a senhorinha apertado e ela tinha um sorriso gigante no rosto. - meu amor, você continua linda, maravilhosa. - disse dando um beijo na testa dela.

Eu fiquei toda boba vendo essa cena, não entendi por quê.

- Não exagera menino. Quem é a moça bonita?

- Eu também quero um abraço. - a senhora sorriu e me abraçou. O garoto me olhou de cara fechada, parecia com ciúmes.

- Relaxa eu não vou roubar sua vovó -ela riu.

- Essa menina é sua...

- Não. - falamos em uníssono e a senhora nos olhou com um sorriso maroto.

- Cadê meu velhinho lindo? - me deu vontade de rir.

Ele só falta babar por eles.

- Entrem, estou com alguns amigos.

- Posso voltar outra hora. - falou o Gabriel.

- Não mesmo, você mal veio nos visitar por esses meses, meu pequeno - pequeno? Pequeno é meu pau, esse menino deve ter uns 1,85 metros.

- Você falou que eles eram ruins. - sussurrei puxando seu braço.

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