26_Vamos Cinderela?

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A noite caiu e eu continuava na cama, li livros digitais pra caralho e agora estou com ressaca literária.

Como não tinha nada pra fazer fui olhar pela janela e me arrependi bastante.

Era a menina que esbarrou em mim na escola, saindo da casa dele.

Ele é tão filho da puta.

Eu que sou filha da puta por não fazer nada em relação á isso.

Eu sou filha da puta por pensar que apenas eu posso me preujudicar, quando tem uma mulher que pode estar sendo traída, sei lá quantas vezes.

Quer saber? Vou lá perguntar sobre ela.

Deveria ter feito isso á tempos.

Vamos ver se ele vai ter a cara de pau de mentir.

Sai do quarto e desci ás escadas.

- Onde você vai? - perguntou Rosinha.

- Só vou até a casa do Gabriel. - sorri fraco. Sai de casa indo em direção á casa dele e toquei a companhia.

- Oi. - falou uma mulher com aparentemente trinta anos, estava de uniforme, provavelmente a empregada.

- Oi, eu poderia falar com o Gabriel? - perguntei com um sorriso no rosto.

- Outra - sussurrou sorrindo.

Outra?

- Você é amiga dele?

- Sim.

- Pode subir, o quarto dele é a segunda porta á esquerda. - falou a mulher.

Ela saiu da porta dando espaço para mim entrar.

Entrei e subi às escadas.

Bati na porta do quarto e o Gabriel abriu.

- Que surpresa desagradável - disse confuso abrindo um sorriso e logo parou de sorrir ao ver minha cara. - acho que devo me retirar da minha casa, já que você chegou, né? - se curvou pra sair e eu segurei ele.

- Quero falar com você. - disse séria.

- Não.

- Cala a boca, você vai ouvir. - ele sorriu.

- entra - eu entrei em seu quarto e não prestei atenção em nada.

- Olha, eu não sei qual a sua, mas acho que a gente pode se tornar amigos e pra isso acontecer, não quero que você fique traindo a sua namorada.

- Do que você está falando?

- Não se faz de sonso. Você sabe melhor do que ninguém do que estou falando. Eu vi uma menina saindo daqui agora á pouco e eu sei que você namora a "garota skatista", ou não?

- Eu... - ele não conseguiu terminar de falar e ficou tenso, seus olhos pareciam ter enchido de lágrimas. Não precisava tudo isso. - Não... - olhou para baixo.

-Você vai negar? Achei que você não fosse esse tipo de cara, Gabriel.

- Você pode sair, por favor?

- Para de fugir, assim você prova que realmente é um babaca.

- A gente se fala depois, agora só... - ele parecia incomodado e eu assenti. Ele tava me dispensando.

- você não sabe como manter uma conversa?

- Sai do meu quarto logo, porra.

- Tudo bem, eu só achei que...me desculpa, você não me deve nenhuma satisfação da sua vida. Mas é por isso que estava te evitando e te tratando daquela forma, com razão, né? Já que você realmente é um merda. - falei saindo do quarto.

Eu achei que a gente pudesse ser amigo ou até se entender, mas ele é estranho demais e eu não tô afim de entender ele, não mais.

Boa sorte, pra namorada dele.

Isso é tudo muito estranho, eu não vou mais me envolver nesta merda.

Atravessei a rua e entrei em casa.

- Ei, achei que você já tava se arrumando. - falou minha prima e eu arregalei os olhos.

- A festa. - subi rapidamente às escadas e entrei no meu quarto.

Peguei uma toalha no closet e corri para o banheiro, liguei o chuveiro rapidamente. Eu já tinha feito todas as prioridades hoje de manhã, como me depilar, entre outras coisas, então não ia me atrasar tanto.

- Não precisa ter pressa, ainda é cedo, eu vou te esperar. - falou Mari que aparentemente estava no meu quarto. Isso me deixou bem mais calma. - ah e eu vou te maquear e arrumar seu cabelo. - falou Mari.

Ainda bem, não sei fazer maquiagem.

- Tá.

(...)

Mari arregalou os olhos.

- Puta que pariu, você ficou perfeita nesse vestido, com essa maquiagem, esse cabelo. Você tá perfeita.

fã?

- Você que tá perfeita.

Apesar de que eu ache lindo maquiagens pesadas em outras mulheres, acho que não aguentaria muito tempo, minha cara formiga e eu borro tudo, já tô agoniada, apenas com o básico.

Queria ser aquelas mulheres lindas de maquiagem, como a Mari.

Mas quando tento fazer, pareço uma parede rebocada só que de um jeito feio.

- sério, você tá uma obra prima. - falou ela me dando um espelho pequeno.

Eu estava muito linda.

Quase me emocionei.

- Eu vou buscar um salto no meu closet que vai combinar com seu vestido. - falou ela correndo para fora do meu quarto. Fudeu, nem sei andar de salto.

- Toma. - voltou e pôs no chão um salto azul. - Quem será o príncipe da cinderela moderna? - falou e eu ri.

O príncipe que eu queria é um merda e não achem que é ele, tá legal seus bandos de iludidos? Eu não citei nomes.

- Eu sou meu próprio príncipe.

- Patroa, me colocou no chinelo. - fez toque comigo. - Vamos cinderela?

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