Anna
- Você pediu aquele dia, não lembra?
- Não achei que você fosse cumprir. - sorri boba.
- Não fica se achando, é só por hoje. - falou sorrindo.
- Seu idiota. - fechei o sorriso.
- Não sei até quando vou aguentar ficar sóbrio.
- Sim. Acho que não consigo viver sem álcool, eu sou um viciado, porra.
- Mas você tem que tentar e eu acho que consegue sim.
- Você fala como se fosse fácil. - levantou do chão.
- Cara, você não bebe desde aquele dia?
- É... Mas não posso dizer que não estou vomitando todo dia e de alguma forma tenho medo de... Não... Você não entenderia.
- Eu posso te ajudar, eu posso ser sua amiga se você quiser. - ele sorriu de canto e negou com a cabeça.
- Todos querem, o problema sou eu. - Eu levantei e a gente começou a andar enquanto eu sentia muito frio.
- Eu não vou desistir seu idiota, prometo. - ele olhou pra longe parecendo não acreditar.
- Não promete...
- Eu prometo.
- Prometer é como se a partir daí, isso virasse uma obrigação que você precisa comprir, mesmo sem querer.
- Idai? agora estou presa a você, isso não é legal?
- Você não vai ficar, garota. Uma hora ou outra, as pessoas saem da sua vida e você tem que aprender a lidar com isso e não ficar prometendo para as pessoas...
- Cala a boca e acredita em mim, eu vou ser sua amiga, porra, você querendo ou não.
- Mas eu tenho que querer ser seu amigo pra nossa amizade funcionar.
- Eu sei que você quer. - ele contorceu a boca, para não sorrir.
- Você acha que preciso de terapia?
- Óbvio, com toda certeza.
- Você também não parece nada bem.
- Eu tô sim. - sorri. - bom, eu tava. - lembrei mais uma vez da cena e senti medo do garoto ao meu lado. - Avisa a Mari que a gente já foi pra casa. - ele assentiu puxando o celular do bolso e mandou uma mensagem. - O dia hoje foi longo pra cacete, parece que não vai acabar nunca, além disso a gente quase não se desgrudou.
- São 02:47, então o dia já acabou, é outro dia e a gente ainda tá junto. - olhou pra mim com um sorriso.
- O caminho não foi tão longo. - chutei uma pedra, vendo que já estavamos na porta de casa.
- Te falei que não era. - colocou as mãos no bolso. - Bom, você tá entregue, agora pode entrar.
- Espera. - fechei os olhos com força, sentindo o medo de ficar sozinha tomar conta de mim - você pode ficar mais um pouco?
- o que?
- Eu não sei, se você for embora... - ofeguei e ele tocou minha mão.
- Eu sei exatamente o que você tá querendo dizer. Posso passar a noite. Se quiser.
óbvio que não.
- Não sei. está frio aqui.
- Tá me convidando pra entrar? - reviro os olhos.
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Azul
Teen FictionAnna é uma garota vazia, que está esgotada de sua vida mesquinha e escolhe que quer viver de outra forma, Anna teve um passado difícil e através disso, parou de acreditar no amor. Gabriel é completamente ao contrário de Anna, é cheio de problemas e...