Azul

22_peguei você

- PUTA MERDA. - gritou o Gabriel puto. - nunca mais eu jogo essa merda aqui, vai tomar no seu cu Anna, vou escrever seu nome no death note. E está faltando peça aqui, quando fui na cozinha tenho certeza que você pegou. Levanta essa bunda da cadeira, duvido muito que não tenha enfiado peças no seu...

- Ei. - ri. - Tá puto por que perdeu todas? Que pena.

- Vai se fuder todo mundo. E você seu velho. - olhou pro seu parceiro de time. - vai pra pu... desculpa, senhor, você não teve culpa - deu um sorriso e passou a mão na cabeça do velho.

Eu não sei quanta horas passamos jogando e conversando mas essa tarde foi maravilhosa, eles são pessoas incríveis.

- Bate aqui lindo. - fiz toque com o avô dele. - formamos uma ótima dupla.

- Eu sou feio, já meu avô é lindo? - perguntou o Gabriel com deboche.

- Tá com ciúmes? - O avô do Gabriel perguntou.

- De você. - respondeu.

- Eu sou casado.

- Mas eu amo você.

- Porra, você babou. - levei meu polegar até sua boca e ele passou a língua no meu polegar me olhando e eu retirei rapidamente. Ele lambeu meu polegar? Que porra é essa?

Eu tenho certeza que agora tô vermelha que nem um pimentão.

- Eu sou velho e não cego, não esqueçam. Esses adolescentes de hoje em dia são icônicos. - riu um pouco e voltou a olhar o Gabriel. - Por que você não me fala a verdade? Gabriel, eu te conheço.

- Tô te falando a verdade vô, não tem nem uma semana que a gente se conhece, não temos nada e nunca vamos ter por que essa garota aqui, é louca. - falou girando o dedo indicador em volta do ouvido.

- Louca eu seria se ficasse com um idiota como você. - Eu empurrei seu ombro.

- Tá vendo? Mais um pensamento de loucura. Felizarda é a garota que consegue ficar comigo.

- Até parece que você não gosta, Biel. - falou o lindo.

- Não mesmo. - lubrificou seus lábios olhando para mim e sorriu. - Gosto de garotas calmas, essa aqui me espanca por eu respirar. Ela tava me batendo no carro, inclusive.

- Por que você mereceu e eu nem te machuco pra valer, é como se eu fizesse carinho em você.

Sua boca se abriu e fechou, mas ele apenas sorriu.

Isso se chama "estou sem argumentos".

- Então você consegue bater mais forte que aquilo? - ele parece um pouco surpreso.

- Tabom, tá, entendi que vocês se odeiam - Lindo revirou os olhos.

- Vô, o senhor sabe revirar os olhos? O mundo tá perdido. - gargalhou e levantou me fazendo olhá-lo.

- Eu achei que eu também era humano. - O avô dele debochou.

O Gabriel saiu da mesa e iniciamos outra partida com outro velho no lugar dele.

Eu segui ele com o olhar e ele foi para o sofá e depositou sua cabeça no colo da sua avó.

- Vó, faz cafuné em mim. - ela riu.

- Você não acha que já tá grandinho para isso? Você está agindo como criança na frente da sua namorada.

Eu fingi estar concentrada no jogo mas não pude deixar de ouvir a conversa dos dois.

Por quê eu perco o jogo, a fofoca, não.

- Já te falei, ela ainda não é minha namorada. - ele falou baixo enquanto sua vó acariciava seu cabelo.