Anna
Vou sentir muita falta daqui, eu amo minha família.
Meu pai não existe pra mim, pra começo de história, odeio ele. O relacionamento dos meus pais me deram apenas traumas e destruíu uma parte da minha infância de forma brutal.
Ainda bem que só tenho uma melhor amiga, imagina o trabalho que ia ser para me despedir de tanta gente.
- Vou sentir sua falta pra caralho, me liga todo dia, tá? - a Clara choramingou me abraçando. - Eu te amo, Não me troque por nenhuma cachorra lá. - eu vou sentir tanta falta dela.
Clara é minha melhor amiga, conheço ela desde pequena, e ela é a pessoa em que mais confio. - Anna, se você não transar com um americano gostoso, eu te mato.
- Eu também te amo, corna - sorri a apertando em meus braços.
- liga pra gente, boa viagem. - Jaqueline sorriu me abraçando também.
Jaque é um amor.
Mentira.
Ela é prima da Clara, sinto que força simpatia comigo, talvez porquê pega o galinha do meu irmão.
- vai com Deus filha, eu te amo, se cuida. - disse minha mãe chorando e eu a abracei.
Já me despedi da minha mãe 5 vezes só hoje.
- Tchau cara de merda. - disse meu irmão me abraçando logo depois da minha mãe. - Agora posso guardar chocolate na geladeira, tranquilo. - ele sussurrou sorrindo.
- Também te amo idiota.
- Ah, e eu sei que você deu pro Ronaldinho. - eu belisquei suas costas e ele riu. Ronaldinho é um mendigo banguelo, que anda de coeca no meio dos carros, sorrindo como se amasse ser mendigo.
- Amo vocês. - falei em um tom de voz auto por que a jaque tinha saído dali, me recuso a dizer que amo essa garota, quando realmente, só a suporto.
Uma lágrima escapou do meu olho, me fazendo chorar.
- Parou, você é muito feia chorando. - o Vini sorriu idiota.
Por um momento, enxerguei a mão do Vini tocar a mão da Clara e ela ficar vulnerável.
Eles se odeiam e eu odeio essas brigas inúteis apenas por que um deles ousou respirar o mesmo ar do outro.
Ainda espero eles descobrirem que se amam. Idaí que é impossível? sou fanfiqueira.
Me despedi de todos e me dirigi até o carro, dei uma última olhada, limpei minhas lágrimas e entrei no carro acenando para todos.
A Clara já estava a metros de distância do meu irmão, o que me fez rir.
Por volta de uns 30 minutos cheguei no aeroporto. Anunciaram meu voo e eu entrei no avião me acomodando em um assento do lado de um moço.
Estava pensando em tudo que ia perder no Brasil.
Quase nada mas tem uma coisa que vai fazer falta.
Meme brasileiro. Será que os estadunidenses tem um humor tão bom quanto o nosso? Espero que sim.
O Brasil afundando e a gente rindo.
Equilíbrio.
O motivo de eu estar viajando é que estou no segundo ano do ensino médio e queria fazer intercâmbio em outro país. Como todos sabem isso é muito difícil de conseguir e eu já estou no segundo ano do ensino médio.
Eu passei anos me programando para essa viagem, não pensem que a sorte me deu a bunda.
Na minha família, apenas uma pessoa se deu bem na vida, minha tia Maria, minha mãe disse que ela batalhou bastante pra conseguir estudar e ela se oferece várias vezes para ajudar a gente mas minha mãe recusa.
Não somos ricos, mas temos uma condição financeira boa, depois que meu pai foi embora, minha mãe se reergueu como um fênix.
Quando alguém tóxico sai da sua vida, ela melhora de forma absurda.
De todos os sobrinhos da minha tia, era nítido que eu era sua preferida, não que eu esteja me gabando por isso.
Eu achei que era fácil, apenas viajar a hora que quero mas eu não estou em uma fanfic, então acho que essa foi a decisão mais difícil que já tomei.
Não foi fácil convecer minha mãe e muito menos viajar sozinha para outro país, isso demorou muito tempo, mas finalmente consegui.
Minha tia me ajudou a convencer minha mãe.
Como pessoas ricas conseguem gostar de pobres? Eu passo horas pesquisando na internet "como chutar a própria bunda?".
Minha tia amou a idéia de que eu fosse morar com ela, disse que eu era muito esforçada, assim como ela. Sem contar que minhas notas são excelentes.
Tenho minhas qualidades.
Ela mora nos Estados unidos, qual a pessoa que recusa morar nos estados unidos?
Eu sempre quis morar lá, além do mais eu não conquistei nada aqui, não é como se eu abandonasse tudo por quê eu realmente não tenho nada além de minha família e minha melhor amiga, os quais vou manter contato.
Minha vida é vazia e sem graça, eu não saio de casa e não me indentifico com pessoas da minha escola.
Essa poderia ser uma oportunidade muito boa para socializar, então minha mãe super apoiou.
Quando estou em casa, fico trancada no quarto tentando ao máximo fugir de minha realidade e me comparando com pessoas que não sabem da minha existência.
Então quero mudar minha rotina.
Sobre minha tia, ela é a tia rica que eu quero ser quando crescer, que manda presentes caros para os sobrinhos pobres.
Odeio ser a sobrinha pobre.
A única coisa que ela tem, que eu não quero ter, são filhos.
Quem quer ter filho nos tempos de hoje?
Ela tem 2 filhos gêmeos, Marcos e Mariana que são um ano mais velhos que eu. Eles são lindos e ricos. Deus realmente deve ter seus preferidos.
Depois de um tempo pensando adormeci.
(...)
- Moça, seu destino está próximo. - falou o moço do meu lado me fazendo acordar. Olhei pra ele assustada, falando assim parece que eu vou parar no inferno daqui a pouco.
- tá, obrigada. - percebi que babei então levei minha mão até a boca e limpei a baba ainda sobre o olhar do moço. Eu estava morrendo de vergonha e esse corno do meu lado não para de me olhar.
- O quê? Você não baba não? - o homem balançou a cabeça que não.
Senti minha bochechas corarem e poucos minutos depois consegui me safar da vergonha, pois chegamos aos Estados Unidos.
Que satisfação.
Minha tia combinou com seu motorista particular para me levar até sua casa, pois ela estaria trabalhando agora.
Demora do caralho pra chegar.
Já era quase noite quando cheguei mas ainda consigo ver o sol se pondo, uma vista linda por sinal.
Agora estou aqui morrendo de frio, plantada na porta da casa ou devo dizer mansão da minha tia, por quê, puta que pariu, a casa parece enorme.
interessante é que as casas aqui não têm muros, segurança zero.
Estou com muita vergonha de apertar a campainha.
As vezes minha timidez me assusta, porra, a única coisa que posso encontrar são meus primos.
Quando criei coragem para simplismente apertar a campainha, alguém abriu a porta.
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Azul
Teen FictionAnna é uma garota vazia, que está esgotada de sua vida mesquinha e escolhe que quer viver de outra forma, Anna teve um passado difícil e através disso, parou de acreditar no amor. Gabriel é completamente ao contrário de Anna, é cheio de problemas e...