24_o que a gente ia fazer?

204 27 9
                                    

Anna

Consegui. Eu devo ser tão boa em fazer as pessoas desistirem de mim.

- Tá.

- Parece que tudo que você quer é se livrar de mim. Você me trata como se eu fosse um merda mas eu não te fiz nada. - Ele não é um merda, mas ao dar em cima de mim, ele age como um e eu não sei como falar isso por quê ele me falou que não quer falar sobre isso.

- Desculpa, eu não queria te passar essa impressão - suspirei e eu simplesmente não consigo falar.

O elevador se abriu e eu agradeci mentalmente por isso, a gente saiu do elevador e ele ficou parado me olhando.

- Não vai falar nada?

- Você não vai falar nada? - passamos alguns segundos nos olhando e ele começou a andar e eu o segui.

- Você prefere uma blusa minha ou uma da minha vó?

- sua.

- você vai ficar linda nas roupas da minha avó. - riu.

- Eu quero uma blusa sua. - ele abriu um sorriso.

- Você tá louca que vou te emprestar. - emprestar? Eu vou é ficar com ela pra sempre.

- Mas eu tô precisando.

- Eu posso até te emprestar, mas com uma condição.

- Qual? - falei colocando as mãos na cintura.

- Meu moletom de volta.

- Que moletom?

- Você sabe, eu não iria te cobrar se não fosse meu preferido.

- Foda-se, você me deu.

- Eu não te dei, você roubou.

- É a mesma coisa. Uma recompensa por você ter derrubado meu sorvete.

- Eu pedi pra te pagar outro sorvete e você recusou. Devolve meu moletom, existe loja, vai comprar.

- Mas eu quero aquele.

- Mas eu não vou te dar ele.

- Não tô te pedindo, já é meu.

- Se é assim, seu celular é meu agora.

- Não é a mesma coisa. - falei e ele deu de ombros. - Eu vou te devolver. - lógico que eu não vou. - me dar. - pedi meu celular.

- depois eu te dou. - se aproximou. - Quando você devolver meu moletom. - sorriu.

- Você é rico, só comprar outro.

- juro que não me importaria se você fosse uma mendiga.

Ele entrou em um cômodo e eu o acompanhei. Era um quarto cheio de decorações de personagens de quadrinhos.

Ele sorriu ao ver aquilo mas pareceu um pouco triste ao mesmo tempo.

- Eles nunca mudam nada e eu gosto disso.

- Você curte quadrinhos, essas coisas?

- Eu curtia, quando criança.

- tu ainda é criança. - falei andando pelo quarto. - Quem é esse cara? O patati? - perguntei olhando pra um quadro que tinha um homem e uma mulher fantasiados de palhaços, acho que os conheço. O garoto começou a rir e despois gargalhou. A risada dele me passa uma energia tão boa. - o que foi? - ele continuou rindo e eu olhei pra foto. - ah não. - olhei pra mulher - eu acho que conheço essa palhaça, é a alerquina e esse...

AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora