11_pode pedir

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Anna

Apertei novamente no botão abaixo de mim, achei que tivesse errado algo.

Encostei meu braço na janela e inclinei mais minha cabeça, foi quando vi de novo o vidro subir.

Baixei o vidro e conseguir ver uma mão apertar pra subir.

Fi de quenga.

Baixei o vidro e ele subiu.

Baixei o vidro e ele subiu.

Dei um tapa na mão dele e ele deu na minha e a gente ficou apertando no botão toda hora.

- Ei, vocês vão quebrar isso, caralho. - o Gustavo falou e vi que ele estava irritado antes de voltar seu olhar para a estrada novamente.

Virei meu rosto para o garoto bruscamente e sentir nossos narizes se tocarem por um segundo antes de me afastar brava.

Seu braço esticado roçava na minha cintura me fazendo ficar ainda mais irritada e vulnerável.

- Para de ser um arrombado, essa é a minha janela. - disse ignorando que ainda estávamos próximos.

- Errado, é a janela do meu irmão.

- Qual o seu problema? - perguntei baixinho envergonhada por estar brigando com alguém no carro de um desconhecido.

- Acho que o meu problema é você. - sussurrou colocando sua mão na minha coxa me fazendo ficar assustada. - por quê não volta para o lugar do qual saiu? E por que eu quero tanto te... - senti sua mão apertar a minha coxa e me repreendi por ter gostado disso em algum momento. - Você não olha na minha cara desde que a gente saiu da escola.

Ele apertou ainda mais a minha coxa e olhei para seus olhos me encarando sem pausa mas não pude deixar de olhar pra seus lábios avermelhados.

Fiquei totalmente nervosa.

Que merda eu tenho?

Vai tomar no cu, todos os envolvidos.

- Você me pediu pra fazer isso. - Tomei o fôlego que eu nem sabia que tinha e desviei o olhar.

Arranhei seus dedos enquanto tirava os mesmos bruscamente da minha coxa.

Ele me olhava com um sorriso convencido.

- Não exatamente. - falou encostando sua cabeça em meu ombro.

Que folgado.

Jorgin me empresta a doze...

Por quê merda não estou fazendo nada?

Parece que estou anestesiada.

Toda minha atenção caiu sobre seu braço que eram cheios de veias, desci o olhar pra sua mão que era grande, tinha uma pulseira preta no pulso e em seus dedos havia alguns anéis, também pretos.

Ele começou a aproximar sua mão lentamente, até tocar a minha.

Tirou um anel do seu dedo midinho e colocou no meu dedo midinho mas ficou folgado e ele sorriu colocando agora no meu dedo do meio e ficou justo, meus dedos não eram tão pequenos mas eram finos, já os dele, eram grossos.

Ele tentou tirar o único anel que eu tinha no dedo anelar, mas eu bati na mão dele com minha mão livre. Meu anel era fino e tinha uma pedrinha azul no centro.

- Porquê eu daria meu precioso anel para um estranho?

- Quer que eu te responda de qual forma? - me olhou divertido.

- O quê? - analisei o que falei e revirei os olhos, lembrando que ele é um garoto com zero maturidade.

- Eu te dei o meu.

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